Papaléo lamenta descaso das autoridades em relação à depressão



O senador Papaléo Paes (PMDB-AP) lamentou nesta quarta-feira (10) o descaso com que as autoridades enfrentam o controle da depressão, conhecida como -a doença da alma-, -demônio do meio-dia- ou o -mal do século 21-. De acordo com o senador, que pediu ações públicas concretas em relação às doenças mentais, as campanhas governamentais sobre a depressão são inexpressivas e falta vontade política para combater a doença.

Papaléo Paes reconheceu que a aprovação da Lei nº 3.048, em 1999, foi um avanço, pois com ela a depressão foi incluída entre as doenças do trabalho. Ele observou, no entanto, que pouco foi feito além disso, à semelhança do que tem acontecido no resto do mundo. O senador informou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 40% dos países não têm políticas públicas para a saúde mental e 25% não possuem sequer legislação sobre o tema.

Esses dados são alarmantes, na opinião do senador, já que segundo a OMS em 20 anos a depressão saltará do 4º para o 2º lugar no ranking das doenças mais dispendiosas. Só nos Estados Unidos, onde os dados são mais precisos, os custos anuais com controle e tratamento da doença chegam a US$ 47 bilhões.

O senador, que é médico, disse que tem se preocupando com os crescentes números relativos à depressão, lamentando registros de que, na capital do estado que representa, Macapá (AP), há alto índice de suicídios decorrentes da depressão. Em números de casos no mundo, a depressão só perde para as doenças cardíacas, afirmou.

Conforme dados da OMS citados por Papaléo, em 2020 a depressão será a principal causa de morte. Em recente pesquisa nos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Saúde Mental atestou que 16% dos norte-americanos - mais de 30% milhões de pessoas - sofrerão de depressão grave em algum momento de suas vidas e que 13 milhões de pessoas (mais de 6% da população do país) passaram pelo problema nos últimos 12 meses.

Os senadores Aelton Freitas (PL-MG), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Mão Santa (PMDB-PI) apartearam o pronunciamento e se associaram à preocupação de Papaléo.



10/09/2003

Agência Senado


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