Papaléo pede contrapartida para " tombamento verde"
O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) disse, em pronunciamento nesta segunda-feira (27), que o governo federal deveria oferecer uma contrapartida para o "tombamento verde" acentuado que ocorre no Amapá. Papaléo frisou que não prega o fim nem mesmo a redução das áreas de preservação, mas sim "sensibilidade política para o ônus que tamanha carga preservacionista representa para o estado e sua gente". Assim, ele defendeu investimentos que promovam a geração de emprego e renda numa região que é carente, de forma ambientalmente correta.
Segundo o senador, as 11 unidades de conservação que o Amapá abriga ocupam55% do território do estado. Ele reconhece a necessidade de preservação da rica biodiversidade da região, mas aponta para as conseqüências negativas do chamado "tombamento verde" para a economia local. Para o parlamentar, o Amapá passa por um processo de "sufocação econômica".
- Áreas preservadas, sem a menor dúvida, representam uma importante vitória, ainda que incompleta, na batalha contra o desmatamento e a destruição ambiental. Contudo, quando se tem um percentual como o do meu estado dentro de áreas de preservação, a economia tende a sofrer. Sob o aspecto positivo, essas áreas significam a preservação da diversidade da vida. Sob o aspecto negativo, contudo, resultam em enormes áreas intocáveis pelo homem, impedidas de oferecer uma contrapartida àqueles que dela cuidam - observou.
Papaléo também chamou a atenção para a necessidade de fiscalizar, de maneira mais rigorosa, a atuação de organizações não-governamentais (ONGs) na Amazônia.
-A riqueza da floresta amazônica e a biodiversidade que ela contém são objetos de desejo de inúmeras empresas estrangeiras que vislumbram lucros astronômicos com a comercialização de produtos derivados das pesquisas sobre as riquezas bioquímicas ali contidas - frisou.
Papaléo acredita que, com a biopirataria, o país já pode estar perdendo a Amazônia "hoje mesmo, molécula a molécula, por meio de um processo discreto, contudo eficiente, de usurpação do conhecimento acerca das riquezas naturais contidas em sua diversidade ecológica".27/11/2006
Agência Senado
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