Papaléo propõe voto de pesar pela morte de Enéas Carneiro
"Que o exemplo de Enéas, um grande defensor da pátria brasileira, não seja esquecido por nós, parlamentares, nem pelo povo brasileiro". A frase foi pronunciada pelo senador Papaléo Paes (PSDB-AP) ao justificar seu requerimento propondo inserção em ata de voto de profundo pesar e apresentação de condolências à família e ao estado de São Paulo pela morte do deputado federal Enéas Carneiro, ocorrida neste domingo, no Rio de Janeiro. A sessão do Senado foi suspensa em homenagem ao deputado. Enéas tinha leucemia.
Enéas Ferreira Carneiro nasceu em 1938, na capital do Acre, Rio Branco. Ele foi fundador do extinto Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona). Por este partido, ele foi eleito deputado federal, em 2002, com a maior votação da história do país para este cargo: 1,7 milhão de votos. Em 2006 ele foi reeleito, com 387 mil votos, para um mandato que encerraria apenas em 2010.
Papaléo Paes contou que Enéas Carneiro foi quem o convenceu a ingressar na política. Em 1989, quando Enéas estava trabalhando para fundar o Prona, convidou Papaléo para ajudar na filiação de militantes no Amapá e no Mato Grosso do Sul. Neste mesmo ano, quando candidatou-se à Presidência da República, tornou-se conhecido em todo o país com o bordão "Meu nome é Enéas!".
- Fui amigo íntimo dele. Durante nossas conversas, demonstrei curiosidade com o fato de, depois de concluir mestrado em cardiologia, ele ter se formado em física e matemática. Enéas, que também era mestre em língua portuguesa, justificou ter estudado física para poder interpretar com perfeição os eletrocardiogramas - afirmou Papaléo Paes.
O requerimento de Papaléo, também subscrito pelos senadores Tião Viana (PT-AC), Paulo Paim (PT-RS), Fátima Cleide (PT-RO) e Mão Santa (PMDB-PI), também propôs a observação de um minuto de silêncio, no Plenário, e a suspensão da sessão desta segunda-feira (7). Com a aprovação da proposição, as homenagens foram cumpridas.
O senador Paulo Paim classificou como justa a homenagem prestada pelo Senado a Enéas Carneiro. Ele abdicou de fazer um pronunciamento que tinha preparado para a tarde desta segunda (7), sobre educação, agricultura, idosos e previdência, em homenagem ao deputado. Fátima Cleide solidarizou-se com a família de Enéas e pediu para subscrever o requerimento de Papaléo.
Por sua vez, o senador Mão Santa (PMDB-PI), médico como Enéas, disse que muito aprendeu nos livros escritos sobre o homenageado, sobretudo na área de eletrocardiografia. Ele também lembrou que Enéas, depois de ter sido injustamente acusado de ter vendido espaço na chapa do Prona para a eleição de deputado federal, foi inocentado após investigação.
- Por maldade, acharam que ele tinha ganho dinheiro para, com sua liderança, eleger deputados federais donos de pequena votação. Suas contas bancárias foram vasculhadas e nenhum depósito estranho foi encontrado. Enéas representou esse exemplo de honestidade e probidade na vida política - declarou Mão Santa.07/05/2007
Agência Senado
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