PARA ACM, VIDA DOS MAIS POBRES NO BRASIL PIOROU



A idéia de criação de um imposto específico para combater a pobreza, segundo o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), surgiu com base no exame que realizou ao longo do tempo de que as coisas, em vez de melhorarem para as classes mais humildes, pioraram. Nesse período, continuou, o país cresceu, mas a concentração de renda se acentuou.- Com a democratização da sociedade, essa situação ficou insustentável. Com a experiência que tenho, eu me sinto obrigado a chamar a atenção do Brasil e dos políticos brasileiros para melhorar essa situação. É isso que desejo. Eu não faço questão de ser o autor da proposta, eu faço questão que o tema seja examinado e decidido no país - disse o senador.Para Antonio Carlos, caso não se tomem as medidas necessárias, fatos mais graves poderão acontecer no país. O senador negou que a proposta tenha qualquer conteúdo demagógico:- Esta proposta é totalmente diferente. O governo não vai considerá-la demagógica. Aqueles que opinam sempre em favor dos ricos, como alguns advogados, esses vão achar sempre ruim, porque vai estar tirando dos patrões deles. A proposta criou tanta polêmica porque é para defender os pobres. Para defender o rico não cria polêmica nenhuma - avaliou.Antonio Carlos também rejeitou a idéia de que ele estaria apresentando a proposta por estar pensando em uma candidatura à presidência da República:- Não existe motivação política. Meu interesse é a aprovação desse projeto. Do ponto de vista eleitoral eu tenho um desejo: que os baianos me renovem o mandato de senador e acho que isso pode acontecer.Respondendo aos reporteres, o senador também negou que, com a proposta, esteja rivalizando com o presidente da República:- Não tem disputa com o presidente Fernando Henrique. Ele sabe do respeito que eu tenho à sua autoridade como presidente e como homem competente. Isso não significa que eu, todas as vezes, tenha que consultar o presidente, até porque ele não me consulta. Eu posso apresentar um projeto e pedir o apoio dele. Se ele der, eu vou ficar muito feliz. Se ele não der, eu vou tocar da mesma maneira.Assim, Antonio Carlos anunciou que, enquanto for senador e fizer política, vai dar prioridade à erradicação da pobreza, esperando contar com o apoio da sociedade brasileira. - Vou lutar por esses projetos de cunho social que possam melhorar a sociedade, sem demagogia. O senador Pedro Simon (PMDB-RS), com muita propriedade, colocou isso: "Não importa que o projeto seja bom ou ruim. O problema é que nós temos que discutir e encontrar a solução" - afirmou.

27/07/1999

Agência Senado


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