Para Ademir Andrade, governador do Pará engana a população com novo projeto em Carajás



O senador Ademir Andrade (PSB-PA) manifestou, nesta sexta-feira (23), sua "indignação" diante da atitude do governador do Pará, Almir Gabriel, por ele ter anunciado o projeto Sossego, da Companhia Vale do Rio Doce, como a redenção econômica do Estado e capaz de livrar o Brasil da importação de cobre. O parlamentar considerou o comportamento do governador como não sendo ético e associou a divulgação do projeto a interesses políticos de Almir Gabriel para as eleições do ano que vem.

O senador pelo PSB afirmou que, nas entrevistas dadas por diretores da Vale aos jornais, está colocado, de forma velada, que o destino da produção do projeto Sossego é a exportação internacional. Segundo ele, isso significa que o Brasil vai se destacar como grande exportador de cobre, mas continuará sendo o primeiro importador desse metal na América do Sul.

O representante do Pará informou que o projeto Sossego vai explorar a jazida de cobre da serra do Sossego, no município de Canaã dos Carajás. A jazida deve começar a produzir, em 2004, 141 mil toneladas de cobre e três toneladas e meia de ouro por ano, com investimento inicial de US$ 400 milhões. O projeto deve durar entre 13 e 15 anos.

- O Brasil gasta US$ 400 milhões por ano, ou 10% do saldo da balança comercial, comprando cobre do Peru e do Chile. O país produz 40 mil toneladas por ano, mas tem uma demanda em torno de 300 mil toneladas - completou o parlamentar.

Assim, para ele, seria lógico que a reserva de Carajás, a terceira maior do continente, destinasse pelo menos parte das 141 mil toneladas produzidas anualmente para o mercado interno.

Ademir Andrade disse que o projeto foi lançado "com muitas promessas e fogueteiros", mas que "o aparato da propaganda, cuja estrela principal é o governador", não consegue esconder que haverá "uma reprise pior dos grandes projetos".

Ele denunciou ainda que o projeto - apresentado pela Companhia Vale do Rio Doce à extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) - não traz previsão de investimento na formação da cadeia produtiva para a integração das diversas etapas, da extração da matéria prima à entrega da manufatura.

23/11/2001

Agência Senado


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