ADEMIR ANDRADE DIZ QUE FHC SUBMETE POPULAÇÃO A SACRIFÍCIO HISTÓRICO



Manifestando sua total discordância com a política econômica do governo, o senador Ademir Andrade (PSB-PA) afirmou nesta quinta-feira (dia 15) que, para cumprir acordo com o FMI, o presidente Fernando Henrique Cardoso está submetendo a população brasileira a um sacrifício histórico e comprometendo o futuro da nação.
Ele apelou à bancada paraense no Legislativo e ao governador Almir Gabriel para que se articulem a fim de pressionar o governo federal, no sentido de impedir que cortes orçamentários inviabilizem obras hoje imprescindíveis para o Pará. "Somente dessa forma, teremos chance de resgatar algumas das prioridades que, na ocasião da discussão do orçamento, conseguimos estabelecer", afirmou ele.
Referindo-se aos cortes de R$ 7,4 bilhões feitos pelo governo nos investimentos previstos no orçamento, Ademir Andrade os considerou inexplicáveis. "É um crime o que o governo Fernando Henrique Cardoso está fazendo com o país. Os gastos com o social e os investimentos em infra-estrutura têm prioridade menor neste governo", lastimou o parlamentar.
Para ele, ao privilegiar o pagamento do serviço da dívida e favorecer a especulação financeira, o poder Executivo tem sacrificado investimentos que são essenciais para o desenvolvimento do país, especialmente nas regiões que mais padecem de infra-estrutura básica.
O senador também afirmou que o contingenciamento realizado pelo governo nos investimentos de infra-estrutura está sendo feito de forma perversa. Ele explicou que, ao invés de estabelecer um critério de prioridades para evitar cortes ou atraso em projetos de importância estratégica, o governo optou por estabelecer um limite de valor a ser gasto por cada ministério ou órgão governamental.
"Na prática, isso significa que cada ministro, por critério próprio, é quem vai determinar onde investir e onde cortar", afirmou Ademir Andrade, observando que isso poderá ser desastroso para as regiões que, historicamente, têm sido desfavorecidas com investimentos federais.

15/06/2000

Agência Senado


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