Para Aloysio Nunes, Lula cometeu crime ao pressionar Gilmar Mendes



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O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou nesta segunda-feira (28) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu um crime ao tentar adiar o julgamento do Mensalão. O senador se referia a reportagem da revista Veja, segundo a qual o ex-presidente teria pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do Mensalão. Em troca, teria oferecido blindagem na CPI mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.

– Os fatos narrados constituem uma ação reprovável do ponto de vista ético, do ponto de vista moral, uma ação eivada da mais profunda indelicadeza, mas também uma conduta tipificada no Código Penal – disse Aloysio Nunes.

Para o senador, Lula cometeu crime de coação no curso do processo (art. 344), que significa “usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo”. A ameaça, segundo Aloysio Nunes, seria a de destruir a reputação do ministro.

O senador disse julgar que o episódio narrado pela revista também insulta o Congresso, já que o instrumento utilizado para ameaçar Gilmar Mendes teria sido a CPI, composta, em sua maioria, por governistas.

– Os membros da situação que integram essa CPI foram apresentados como sendo meros fantoches, meros espantalhos, vestidos com roupas esfarrapadas para espantar passarinhos - afirmou o senador.

Efeitos

De acordo com o parlamentar, o ex-presidente já demonstrou publicamente solidariedade aos companheiros de partido envolvidos no Mensalão, mas ultrapassou os limites na conversa com Gilmar Mendes. Ele disse que, apesar de ter sido notícia há algum tempo, o Mensalão continua provocando efeitos negativos no país.

– A atmosfera pestilencial do Mensalão continua a contaminar o ar que nós respiramos. Decorridos mais de seis anos dos fatos revelados de compra de votos no Congresso Nacional pelo presidente da República, continua havendo ainda no ar as emanações que vêm desse episódio – disse Aloysio Nunes.



28/05/2012

Agência Senado


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