Para Álvaro Dias, conclusão da CPI do Futebol pode dar novo rumo ao futebol brasileiro
Com o final dos trabalhos da CPI, que se estendeu por um ano e ouviu 88 depoimentos, o senador frisou que a responsabilidade agora será do Ministério Público, para onde será encaminhado o relatório. O senador disse esperar um julgamento rigoroso da Justiça e que alguns cartolas sejam responsabilizados civil e criminalmente.
Álvaro Dias destacou que a CPI deve aprovar uma proposta concreta de legislação com o objetivo de alterar o processo eleitoral, de modo a oxigenar a eleição dos dirigentes dos clubes de futebol. A nova legislação vai exigir mais visibilidade, fiscalização e prestação de contas.
Para o senador, se houvesse uma maior fiscalização muitos vícios e desvios do futebol, constatados pela CPI, poderiam ter sido evitados. O senador disse que foi detectada uma série de crimes, inclusive de ordem tributária: ele destacou a evasão de divisas, o enriquecimento ilícito e o desrespeito à lei eleitoral. Álvaro frisou que os prejuízos sofridos pelo país são enormes, ressaltando que na Europa o futebol não tem a importância que tem no Brasil, mas representa 4% do PIB enquanto que, no Brasil, apenas 1,6%.
Em aparte, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) enfatizou que o futebol precisa de modificações profundas, dentre elas, a alteração do calendário e a mudança da sede do Superior Tribunal de Justiça de Desporto do Rio para Brasília. O senador José Alencar (PL-MG) afirmou que o trabalho realizado pela CPI do Senado trará uma contribuição efetiva para a recuperação do futebol. O senador Sebastião Rocha (PDT-AP) reafirmou sua convicção da necessidade de passar a limpo o futebol brasileiro, apoiando o relatório, ao contrário do que divulgou uma emissora, que colocou seu voto em dúvida.
03/12/2001
Agência Senado
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