Para Camata, biocombustível não é vilão da crise de alimentos



O senador Gerson Camata (PMDB-ES) repudiou, nesta terça-feira (29), declarações de representantes da Organização das Nações Unidas e do Banco Mundial que classificaram os biocombustíveis como "um crime contra a humanidade", apontando-os como culpados pela alta dos preços dos alimentos.

- Queriam encontrar um grande vilão para essa alta, e elegeram os biocombustíveis , até então saudados como a solução para o aquecimento global - disse.

O parlamentar indicou outros fatores para a disparada dos preços de produtos como trigo, arroz e milho, entre eles a melhoria no padrão de vida na Ásia e na própria América Latina, o que intensifica o consumo; o aumento do preço do barril de petróleo, que duplicou em poucos anos, e o conseqüente aumento do custo dos fertilizantes; e a crise imobiliária nos Estados Unidos.

Gerson Camata ressaltou a rotatividade proporcionada com o plantio da cana-de-açúcar, que deve ser alternada entre plantações de feijão e soja, o que aumenta a oferta de alimentos - este ano, o país vai produzir 140 milhões de toneladas de grãos. Além disso, as culturas de soja ocupam menos de 1% dos quase três milhões de quilômetros quadrados utilizados na agropecuária. O senador citou ainda estudo da própria ONU que aponta o Brasil como mais eficiente em produzir etanol do que Estados Unidos e União Européia e pede a retirada das barreiras comerciais para a produção e exportação do etanol.

Esta semana, reuniram-se em Berna, na Suíça, representantes do Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP), do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), de outras 20 agências da ONU, além dos presidentes do Banco Mundial, Robert Zoellick, e da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, para tentar encontrar soluções para a crise de alimentos.



29/04/2008

Agência Senado


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