Brasil precisa atentar para a chamada crise dos alimentos, diz Paim
O senador Paulo Paim (PT-RS) analisou em Plenário, nesta segunda-feira (19), a chamada crise dos alimentos, ou seja, a atual alta de preços dos alimentos e a necessidade de aumentar o acesso da população mundial a gêneros alimentícios. Para o senador, o problema é grave e está chamando a atenção não só do Brasil, mas de todo o mundo.
- Estamos diante de um problema global e, com o aumento do consumo, precisamos aumentar a produção e a produtividade de grãos e demais alimentos - disse.
Na avaliação de Paim, o aumento nos preços dos alimentos é ocasionado por diversos fatores, como a elevação do preço do petróleo; quedas nas safras de vários países; mudanças cambiais e especulação financeira; além da ampliação do consumo de alimentos, principalmente nos chamados países emergentes.
A questão entre produção de alimentos versus produção de biocombustíveis também merece atenção, destacou o senador. Ele lembrou recente audiência pública promovida pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) - em conjunto com a Subcomissão Permanente de Biocombustíveis -, onde o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse que a demanda por alimentos cresceu em média 5% nos últimos cinco anos, enquanto os estoques de trigo, milho e arroz caíram quase 50% no período. Mesmo assim, lembrou Paim, o ministro disse que o Brasil é capaz de produzir o bastante para alimentar sua população e, ao mesmo tempo, produzir biocombustíveis e aumentar as exportações.
- Precisamos ponderar que os biocombustíveis são um instrumento de transformação econômica e social em países mais pobres e que geram emprego e renda, sobretudo no campo. Eles produzem energia limpa e renovável - defendeu.
Paim registrou que, no mês de junho, acontecerá em Roma, Itália, a Conferência de Alto Nível da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre Segurança Alimentar Mundial e os Desafios Climáticos e a Bioenergia. E, em novembro, será a vez da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em São Paulo.
- Espero que o mundo una suas forças para encontrar soluções que viabilizem cada vez mais que o alimento esteja ao alcance de todos e que a sua produção seja suficiente para atender à crescente demanda - concluiu.
19/05/2008
Agência Senado
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