Para Casildo Maldaner, governo catarinense deve arcar com a dívida dos agricultores



O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) apelou ao governo de Santa Catarina para que anistie uma dívida de R$ 20 milhões que 40.000 famílias de pequenos produtores rurais contraíram junto ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e que foi transferida para o estado e os municípios catarinenses. O parlamentar disse que esses agricultores enfrentaram em 1996 uma difícil estiagem, "não colheram nada e, como conseqüência, foram obrigados a recorrer a esse crédito".

Os dados divulgados pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que atestam que apenas 20 % da população vive no campo, chamaram a atenção do senador. Baseando-se nesses números, o parlamentar disse entender que, ao perdoar a dívida, o governo catarinense adota uma medida eficaz para combater o êxodo rural. Ao argumentar que esse dinheiro não vai fazer falta ao estado, Casildo Maldaner explicou que considera irrisório o valor que os agricultores devem.

O senador classificou o esvaziamento dos municípios do interior como preocupante. E aproveitou para ilustrar o quanto a situação do êxodo é dramática, afirmando que, em algumas pequenas cidades do estado, as empresas de ônibus estão operando com prejuízo. Segundo Casildo Maldaner, a maior parte dos habitantes jovens deixou esses municípios. O resultado é que a maioria dos usuários dos serviços de transporte público tem mais de 65 anos e não precisa pagar pelo serviço.

Além de manifestar preocupação com o esvaziamento dos municípios do interior, o senador expressou sua apreensão com o inchaço das grandes cidades. Ele vê nos problemas de favelização, congestionamento e violência, que caracterizam os grandes centros, razões para que se invista em pequenos municípios, sobretudo nos setores da educação, lazer, saúde e industrialização.

No final de seu discurso, Casildo Maldaner declarou que não compreende por que o critério que as pessoas utilizam para procurar cidades é o numero de habitantes e não a qualidade de vida.

22/03/2001

Agência Senado


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