PARA COUTINHO JORGE, BRASIL PRECISA CORRIGIR SUA ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO



Ao analisar hoje (dia 18) os resultados do relatório das Nações Unidas de 1997 e os indicadores, construídos com base em dados coletados em 1994, que colocam o Brasil em 68º lugar num ranking de 175 países, o senador Coutinho Jorge (PSDB-PA) registrou que o Plano Real teve evidente impacto positivo nas condições de vida da população, mas chegou a seu limite.

- O relatório mostra que não há correlação automática entre crescimento econômico e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de modo que o Brasil precisa de uma gestão política inteligente, que molde a estrutura e a qualidade do crescimento através de políticas corretivas e compensatórias - avaliou o senador.

Coutinho Jorge salientou que essa é também a conclusão de estudo recente do FMI, segundo o qual o Plano Real colaborou para significativa redução da pobreza no país, mas não registrará melhorias substanciais nas condições de vida de sua população sem mudanças na política educacional e na distribuição de terras.

O senador também registrou que o ministro Pedro Malan reconheceu, na 31ª Convenção Nacional dos Supermercados, que o efeito positivo da estabilidade monetária sobre a renda dos mais pobres está esgotado.

O relatório da ONU classifica os países segundo três níveis de IDH, elevado, médio e inferior, e o Brasil é o 1º no ranking de países com IDH médio, seguido pela Líbia, Seychelles, Belarus e Bulgária, entre outros, destacou.

Comparativamente a outros países da América Latina, a situação brasileira não é boa, reconheceu Coutinho Jorge. O país, colocado no 58º lugar em 1996, decaiu para o 68º posto no ranking geral relativo a 1997, enquanto o Chile, Argentina e Uruguai foram classificados no rol de países com IDH elevado e colocados nos 30º, 36º e 37º lugares na classificação geral de 1997.

Entre os indicadores que levaram o Brasil ao 68º lugar, ressaltou, a taxa de mortalidade de menores de 5 anos e os gastos com saneamento inviabilizaram a colocação do Brasil no rol de países com IDH elevado, explicou.

Apesar disso, Coutrinho Jorge disse acreditar que o Brasil é um país "fadado a estar entre os grandes", tendência que ele considera "irreversível", desde que as devidas políticas corretivas e compensatórias, de cunho basicamente social, sejam assumidas como estratégicas no conjunto das políticas públicas.

18/09/1997

Agência Senado


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