Para Cristovam, Brasil desperdiça cérebros por educação deficiente



Em discurso no Plenário nesta segunda-feira (15), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que o Brasil está desperdiçando cérebros, pois não proporciona ensino de qualidade para as crianças. Para Cristovam, jovens que poderiam vir a ser cientistas ou escritores são desestimulados devido ao descaso dos governantes com o ensino público.

- A história inteira do Brasil é uma história de impedir que os livros sejam escritos, de não deixar que os cientistas e intelectuais floresçam. A gente não percebe isso. A gente queima os cérebros, desperdiçamos os cérebros. Nossas crianças precisam ter a educação necessária para seu desenvolvimento - afirmou Cristovam.

O senador também homenageou os professores brasileiros pela comemoração do Dia do Professor, nesta segunda-feira, mas lamentou que a categoria não tenha "o prestígio que merece". Cristovam disse que a história mundial está cheia de exemplos de grupos ou governantes que ordenaram a queima de livros, mas frisou que a má qualidade do ensino público brasileiro "é tão grave" quanto.

- Quando você nega a escola, você impede um ser humano de se desenvolver intelectualmente e virar um cientista, um poeta, um escritor. E a gente não se horroriza. Nós não nos horrorizamos com o fato de que o Brasil impede, freia o desenvolvimento intelectual da nossa população - completou Cristovam.

O senador também lamentou que no Brasil ainda exista "uma escola para rico e uma escola para pobre". A escola pública brasileira está degradada, opinou. Ele pediu mais apoio dos governantes principalmente para os professores da educação de base, para que tenham melhores salários, melhores condições de trabalho, além de formação, capacitação e equipamentos adequados. Para Cristovam, os professores brasileiros são verdadeiros heróis por trabalharem em condições inadequadas.

- O futuro está no conhecimento. O muro da desigualdade só será derrubado, daqui para frente, pela escola igual para pobres e ricos. Não é a distribuição da renda que vai mudar a realidade e sim a distribuição do conhecimento, o acesso de todos a uma escola de qualidade igual - afirmou Cristovam.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) elogiou o pronunciamento do colega e lembrou que vários senadores e senadoras são também professores.



15/10/2007

Agência Senado


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