Para Crivella, vitória nas eleições é sinônimo de poder econômico e marketing
Em seu retorno à tribuna do Senado, após concorrer ao cargo de governador do Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) teceu considerações sobre o processo eleitoral e político, fazendo uma distinção entre a vitória eleitoral e a política. Na avaliação do senador, a falta de recursos e de tempo na propaganda eleitoral gratuita foi responsável por ele não ter tido condições de chegar ao segundo turno das eleições.
- Tivemos um milhão e seiscentos mil votos. Fomos alijados de um segundo turno, onde teríamos, aí sim, oportunidade e tempo de televisão para expor idéias e projetos - lamentou o parlamentar.
Crivella fez críticas também às pesquisas eleitorais e aos meios de comunicação, que, conforme avalia, dificultam o confronto de idéias por darem como certa a vitória do candidato que aparece em primeiro lugar nas pesquisas.
- Qualquer tentativa de confronto parece sublimação ou irreverência, quando política é confronto de idéias, debate apaixonado, por convicções que não se consegue subscrever na própria alma - detalhou o parlamentar.
Crivella citou o orador e político Rui Barbosa, que concorreu por duas vezes à Presidência da República, em 1910 e 1919, e foi derrotado, segundo o qual "a paixão pelo bem substitui com vantagem a esperança pela vitória". Segundo o senador, o marketing eleitoral e o poder econômico foram fatores determinantes nas eleições de primeiro de outubro, sobrepondo-se às idéias e propostas dos candidatos.
Crivella evocou figuras de destaque no Senado como o jurista Afonso Arinos de Melo Franco, Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela eArthur Virgílio do Carmo Ribeiro Filho, pai do senador Arthur Virgílio, para enfatizar a importância de haver grandes líderes na política, o que, na sua avaliação, atualmente não ocorre.
O senador encerrou seu discurso salientando a precária situação econômica do Rio de Janeiro e a violência no estado e declarou seu apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O parlamentar foi aparteado pelo colega de partido Roberto Cavalcanti (PB), que elogiou seu projeto de governo e afirmou que Crivella só não foi eleito no primeiro turno por falta de tempo no horário eleitoral gratuito.
Também em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou o apoio de Crivella à Lula.10/10/2006
Agência Senado
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