Para Emilia, problemas da aviação comercial são urgentes



A senadora Emilia Fernandes (PT-RS) alertou nesta terça-feira (26) que se o atual governo não tomar providências urgentes em relação à crise financeira das empresas aéreas, especialmente da Varig, a situação ficará insustentável. A senadora ressaltou que o governo não tem dado a devida atenção aos problemas do setor e que as medidas não podem esperar a posse do novo presidente da República.

Emilia advoga a idéia de que, sendo uma atividade concessionária de serviço público, as soluções para o setor não podem ser atribuídas apenas aos empreendedores ou proprietários das empresas. Em sua opinião, o governo deve participar com políticas claras para o setor, pois o impacto econômico da aviação no mundo é enorme. Trata-se de um setor que emprega mais de 40 milhões de pessoas especializadas, de elevado poder de compra, e transportou mais de 1,6 bilhões de passageiros só no último ano.

Conforme dados apresentados pela senadora, os impostos e os custos de infra-estrutura são bem mais altos no Brasil que nos outros países, o que concorre para que as empresas aéreas nacionais operem em condições desvantajosas. Em aparte, os senadores Carlos Bezerra (PMDB-MT) e Lindberg Cury (PFL-DF) concordaram que o problema da aviação comercial precisa ser resolvido, ou não restará nenhuma companhia nacional no país.

Segundo a parlamentar, o Senado se preocupa com o tema e tem realizado várias audiências públicas, como nesta terça-feira (26). No caso da Varig, Emilia disse que desde fevereiro alertou para a série de demissões de pilotos. Hoje, atesta, já são mais de 60 comandantes afastados da empresa, a maioria com 20 anos de casa.

Na visão da parlamentar, há propostas de solução para os problemas da Varig, mas sua diretoria se fechou ao diálogo. A Associação de Pilotos da Varig (Apvar), por exemplo, viu como principal fator de risco para a sobrevivência da empresa o atual modelo de governança corporativa e apresentou um Plano de Reestruturação Ampla com o objetivo de atender os interesses de todas as partes envolvidas, informou a senadora.

A associação também alerta que, de janeiro a julho deste ano, o patrimônio líquido da Varig tornou-se negativo em R$ 1,5 bilhão e que as dívidas lançadas no balanço passam de US$ 900 milhões. Diante da crise, o presidente da companhia, Arnim Lore, e os conselheiros renunciaram nesta terça-feira, dado que a Fundação Rubem Berta, controladora da companhia, rejeitou o acordo com credores na renegociação da dívida, comentou a senadora.



26/11/2002

Agência Senado


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