Para Heráclito Fortes, faltaram investimentos na manutenção do sistema elétrico



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse da tribuna que o governo Luiz Inácio Lula da Silva "teve sete anos para corrigir" os problemas do setor elétrico e, mesmo assim, 18 estados enfrentaram um "apagão" na noite e madrugada destas terça e quarta-feira. Para ele, o governo "deveria ter humildade" e reconhecer que o problema ocorreu por falta de investimentos na manutenção do sistema elétrico.

- Se a oposição ao governo fosse vingativa, estaria hoje deitando e rolando em cima do governo Lula por conta do "apagão" de ontem. E a oposição estaria fazendo apenas o que foi feito com relação aos "apagões" do governo Fernando Henrique por parte dos que hoje comandam o país. De maneira leviana e irresponsável, atacaram biografias, levantaram suspeitas. Eles tiveram sete anos para impedir fatos como o de ontem - disse o senador.

Heráclito acrescentou que o governo Lula demorou demais para estabelecer o novo marco regulatório do setor elétrico, atrasando a entrada de investimentos. A indecisão e o atraso sobre as mudanças provocaram insegurança jurídica, gerando desconfiança nos investidores nacionais e estrangeiros, disse o senador.

Bolsa-Cultura

O senador disse não entender por que o governo está discriminando os aposentados no projeto que cria o programa Bolsa-Cultura. Essa bolsa, explicou, é a distribuição de um carnê de até R$ 50 para que as pessoas gastem no programa cultural do seu interesse. Os aposentados, no entanto, só terão direito a R$ 30. Ele ponderou que os aposentados deveriam ser prioridade, pois quem se aposenta acaba tendo sua renda reduzida. Lembrou ainda que a inflação para os aposentados é sempre mais alta, especialmente por causa dos remédios.

Heráclito informou que pretende apresentar projeto propondo a criação da Bolsa-Remédio para as famílias pobres. Para ele, a distribuição de remédios pode ser considerada mais importante que a anunciada Bolsa-Celular ou até mesmo a Bolsa-Cultura. Sobre a Bolsa-Celular, mencionada por notícias de jornais, o senador sugeriu que o governo verifique se as concessionárias telefônicas estão em condições de suportar o aumento de linhas. Disse que o sistema de telefonia celular do Piauí, do Ceará e do Maranhão "está um caos" e, nos fins de semana, "não se consegue comunicação com ninguém".

Em aparte, o senador Jefferson Praia (PDT-AM) informou que assinará o projeto de Heráclito sobre a criação da Bolsa-Remédio.

Caso Emgerpi

No mesmo discurso, Heráclito Fortes cobrou da Polícia Federal e do Ministério Público informações sobre as investigações que envolvem funcionários da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi), "supersecretaria" do governo do Piauí que concentra obras e concorrências. Informou que um funcionário da Emgerpi fez há algum tempo denúncias "sobre fatos escabrosos" na empresa, mas nos últimos dias o senador disse ter ouvido de um petista que o caso "está debaixo de um tapete", ou seja, teria sido abafado pelo governo.

Em aparte, o senador Romeu Tuma (PTB-SP), corregedor do Senado e ex-diretor-geral da Polícia Federal, se comprometeu a buscar informações sobre o caso para repassá-las ao Senado.



11/11/2009

Agência Senado


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