PARA JÁDER, IMPOSTO VERDE JÁ ESTÁ NO ORÇAMENTO



O líder do PMDB, Jáder Barbalho (PA), reuniu na tarde desta quinta-feira (dia 4) a imprensa para manifestar seu estranhamento com a informação de que o governo e os partidos que o apóiam não estariam mais interessados na aprovação do imposto verde - o tributo destinado a incidir sobre os combustíveis e cuja receita se destinaria à manutenção das rodovias do país. O senador disse que esse imposto já está previsto no Orçamento para este ano.- Eu não estou entendendo. O Orçamento foi votado com o concurso de todos os parlamentares e não pode ser uma peça de ficção. Assim como a CPMF, o imposto verde está previsto no Orçamento, garantindo receita. É profundamente estranho discutir agora se esse imposto é conveniente ou não.O líder se disse surpreso com o fato de, uma semana depois de votado o Orçamento, a criação desse novo imposto vir a ser rediscutida. Conforme os jornalistas que o entrevistavam, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, anunciou que a CPMF, aguardando deliberação na Câmara, será o último imposto a ser votado no programa de ajuste fiscal. "Ele devia ter dito que esse imposto era inconveniente há uma semana atrás e não uma semana depois", afirmou Jáder na entrevista. Lembrando que o PMDB tem agora mais de 100 deputados na Câmara, ele observou que, se a iniciativa de cancelar a votação do imposto verde caracterizar uma discriminação partidária, sua legenda também tratará do assunto "partidariamente".O senador lembrou que, antes da votação do Orçamento, o próprio presidente da República preconizou o imposto verde como uma antecipação da reforma tributária. "Não consigo entender que se reabra agora a discussão sobre o tema. Isso só foi inserido no Orçamento com o aval do Executivo. E todos os partidos aprovaram", argumentou ele.Jáder Barbalho insistiu em afirmar que "a discussão e votação do Orçamento não foram uma brincadeira", até porque, se a lei orçamentária não fosse séria, a CPMF estaria agora também sujeita a ser revista. "Eu raciocino de acordo com o que aprovamos no Orçamento da União e defendo que não se reabra mais essa discussão", afirmou ele.

04/02/1999

Agência Senado


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