Para Jarbas, ofício de Sarney distorce suas declarações à 'Veja'



O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) fez um reparo, em Plenário, ao teor do ofício enviado pelo presidente do Senado, José Sarney, ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e ao ministro da Justiça, Tarso Genro, pedindo a investigação da denúncia publicada pela revista Veja de que teria sido alvo de espionagem em Pernambuco. Para Jarbas, o texto do ofício "não retrata a verdade dos fatos".

- Vossa Excelência procura, não sei com que objetivo, distorcer a matéria da Veja, e por consequência, minhas declarações ao afirmar que denunciei uma investigação contratada por integrantes do PMDB. Não fiz em momento algum essa declaração, não citei o partido, sua direção ou qualquer de seus integrantes, apesar de haver sido ameaçado publicamente por vários deles. Só acusaria alguém se possuísse provas - disse o senador, nesta terça-feira (10).

De acordo com a matéria da revista Veja, um especialista pernambucano em "inteligência" procurou o senador para informar que tinha sido contatado para uma investigação. Essa investigação teria como responsável uma empresa internacional, famosa por seu envolvimento em litígios corporativos. No entanto, quando soube que Jarbas Vasconcelos seria o alvo do "contrato", o investigador preferiu não aceitar a missão.

Jarbas Vasconcelos elogiou a rapidez com que Sarney tomou a providência de redigir os ofícios e de instaurar sindicância na Corregedoria da Casa e disse esperar a mesma agilidade na investigação de eventuais episódios que venham a ocorrer com outros senadores, como os que aconteceram nos últimos anos, quando senadores e seus familiares mais próximos foram vítimas de escuta clandestina ou vazamento de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público.

Jarbas citou reportagem publicada em 10 de outubro de 2007, pela Veja, detalhando uma operação de espionagem contra os senadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO). O "trabalho" teria sido realizado pelo assessor da Presidência, Francisco Escórcio. Mencionou ainda reportagem do dia 31 de outubro, registrando ofensiva contra senadores favoráveis ao afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência da Casa. Documento apócrifo distribuído nos gabinetes do Senado atacava o senador Jefferson Peres, morto em 2008.

Jarbas lembrou também reportagem do dia 5 de dezembro de 2007, com detalhes sobre a contratação de detetives particulares para investigar a vida do senador Marconi Perillo. A investigação, segundo o senador, teria sido contratada pelo próprio Senado Federal.

- O que todos esses casos têm em comum? Ninguém foi punido, não houve uma solução, e para todos os envolvidos, o crime compensou - avaliou o senador.

Jarbas Vasconcelos pediu informações à Presidência sobre os episódios citados.

- O Senado Federal só terá legitimidade para questionar ações que ocorrem fora desta Casa quando apresentar à opinião pública - com absoluta transparência - um desfecho para esses casos insolúveis que acabei de relatar - disse.



10/03/2009

Agência Senado


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