Suplicy esclarece suas declarações à imprensa sobre a entrevista do presidente do STF à "Veja"



Ao comentar afirmação feita na manhã desta terça-feira (2) pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, ao programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo, de que teria ficado -estarrecido- com suas declarações à imprensa sobre entrevista do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Maurício Corrêa à revista Veja, o senador de Eduardo Suplicy (PT-SP) esclareceu o teor dos seus comentários e disse que o ministro não deveria ter motivos para considerar suas posições -estarrecedoras-.

O primeiro ponto abordado por Suplicy foi sua constatação de que os ministros José Dirceu e Antonio Palocci, da Fazenda, seriam os mais fortes do governo. Ele registrou que esta opinião é um fato, constatado por quem acompanha a política nacional, e que os dois ministros são realmente os que têm maior importância política na equipe de Luiz Inácio Lula da Silva.

Por outro lado, Suplicy argumentou que discorda do comentário feito por Maurício Corrêa de que o presidente Lula venha agindo de maneira diferente daquela que sempre caracterizou sua vida. O senador testemunhou que Lula continua sendo basicamente a mesma pessoa e mantém os mesmos ideais, objetivos e compromissos assumidos durante toda sua vida pública.

Suplicy também referiu-se à sua declaração de que as muitas atribuições de José Dirceu têm dificultado que o ministro se atenha a assuntos importantes para o governo e para o país, como a racionalização, unificação e coordenação única dos programas de transferência de renda. Ele citou como exemplo da veracidade de sua opinião o fato de o ministro, nos últimos dias, ter dedicado grande parte da sua agenda para acompanhar as reformas tributária e previdenciária, ouvindo parlamentares e representantes industriais e sindicais, ao mesmo tempo em que trata da questão da nomeação de pessoas para os cargos da administração pública.

- Quando falo sobre este tema, falo de maneira calorosa e construtiva. Penso que quando uma pessoa é designada para ocupar um cargo no governo deve obedecer aos critérios que o próprio presidente tem afirmado: idoneidade, capacidade, conhecimento, experiência adquirida e afinidade com o programa do governo. Me soa estranho alguém ser exonerado por causa de um parlamentar que se absteve de uma votação - afirmou Suplicy.

Outro tema abordado por Suplicy foi a sugestão que fez em Plenário para que o PMDB solicitasse o adiamento da votação da indicação do senador Luiz Otávio (PMDB-PA) para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), até que investigações contra o senador, em andamento no próprio TCU e no STF, sejam concluídas. Ele disse que o próprio procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, considera adequada a proposta.

Em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) solidarizou-se com Suplicy e elogiou sua -persistência, clareza, retidão, sinceridade e lisura-. Já o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) considerou a entrevista de Maurício Corrêa a manifestação de um sentimento político que não contribui para a harmonia entre os poderes da República.

- Não é bom Lula dizer que vai abrir a caixa-preta do Judiciário, nem Maurício Corrêa dizer que o presidente está se descaracterizando - analisou.



02/09/2003

Agência Senado


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