PARA LEVAR JUÍZES À CPI, ACM DIZ QUE USARÁ "INSTRUMENTOS LEGAIS"
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, disse nesta quarta-feira (dia 7), após participar de reunião da executiva do seu partido (PFL), que usará os "instrumentos legais" disponíveis para garantir o comparecimento dos juízes que forem convocados para depor na CPI do Judiciário, apesar das orientações em contrário já fixadas por alguns órgãos da justiça brasileira.- Não vamos infringir a lei e nem deixar que os juízes, os maiores responsáveis por ela, se transformem em infratores da lei.Na reunião da executiva do Partido da Frente Liberal, os parlamentares tomaram conhecimento dos resultados de pesquisa de opinião feita pelo instituto Vox Populi a respeito dos problemas do Judiciário e da oportunidade de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar irregularidades como corrupção e nepotismo. Um total de 69 por cento dos entrevistados acha que "a CPI é positiva e vai promover a reforma do Poder Judiciário brasileiro".Com margem de erro de 5 por cento, a pesquisa realizou 500 entrevistas, em 115 municípios brasileiros, entre os dias 30 de março e 1º de abril. A reforma do Judiciário foi defendida como "urgente" por 76 por cento dos entrevistados. Um total de 82 por cento, por outro lado, aprova total ou parcialmente a iniciativa de se instalar a CPI. Dos ouvidos, 80 por cento rejeitam o nepotismo, enquanto 94 por cento consideram a justiça brasileira lenta, 81 por cento a julgam cara, 77 por cento de acesso difícil, 68 por cento ineficiente, 56 por cento incompetente e 52 por cento parcial.O senador Antonio Carlos Magalhães avaliou hoje, após a reunião da executiva, que a pesquisa "fortalece o partido que tomou a iniciativa de propor a CPI e fortalece muito mais a democracia". Ele destacou que "não há democracia forte sem um bom Poder Judiciário". Mas ressaltou: "Um Judiciário que aja com correção e que seja símbolo da Justiça, e não símbolo da corrupção, do nepotismo e da lentidão".Com o apoio da opinião pública, acrescentou Antonio Carlos, é com esses problemas do Judiciário que o PFL quer acabar. A CPI, destacou, deverá permitir "a punição dos desonestos, mas também dar uma nova construção, o que é mais importante, para que a Justiça doravante funcione melhor no Brasil".
07/04/1999
Agência Senado
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