Para Mão Santa, fim da CPMF vai fortalecer a economia



O senador Mão Santa (PMDB-PI) contestou da tribuna, nesta sexta-feira (14), os argumentos de que a extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) vai significar um desastre para o país. Ao contrário, disse, os recursos vão deixar de ir para a mão dos "aloprados" e passar a circular na economia, movimentando as atividades e gerando mais riqueza. Dessa forma, como observou, será ampliada a arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), com ganhos de receita para os estados e os municípios.

De acordo com o senador, o presidente Lula foi enganado por sua equipe ao ser convencido a enviar uma carta ao Senado, momentos antes da votação da renovação da CPMF, confirmando disposição para acordo apresentado em outra correspondência, assinada pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, com a alternativa de direcionamento de todas as receitas da CPMF exclusivamente para a Saúde.

Para Mão Santa, a carta dos ministros foi um "engodo". O senador citou Guido Mantega como o "rei dos aloprados" e atribuiu ao ministro a responsabilidade pelos termos da proposta enviada de última hora e que, no seu entendimento, não resolveria o problema da saúde.

- Vossa Excelência é cercado de "aloprados" por todo o lado. Aquela carta é vergonhosa, foi ridícula. Meia-noite, uma e meia da manhã. Poucas linhas (que) não foram bem escritas, para ficar na História, Luiz Inácio - afirmou, dirigindo-se ao presidente da República.

Depois das críticas, disse que estava disposto ao diálogo, com o objetivo de se criar agora uma "lei boa e justa para a Saúde". Também criticou a carga tributária no país, lembrando que pesam sobre a sociedade 75 tributos. Calculou que o brasileiro, em 12 meses, trabalha cinco para pagar impostos e mais um para quitar juros. Para o senador, o governo pode compensar a perda de receitas da CPMF combatendo a sonegação, a corrupção e a incompetência.

No pronunciamento, Mão Santa teceu elogios a ex-presidentes, sobretudo a Fernando Henrique Cardoso, que classificou de "estadista". Disse que o atual presidente deveria ter humildade para aprender com a leitura dos livros do antecessor. Em aparte, Pedro Simon (PMDB) cobrou que o orador informasse o que poderia ser lido, já que FHC havia solicitado que uma parte do escreveu fosse esquecida. Também disse que o ex-presidente foi o criador da CPMF e que prometeu, mas não fez, a reforma tributária.



14/12/2007

Agência Senado


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