Mão Santa diz que Senado derrubou a CPMF para atender o povo



O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse nesta segunda-feira (17) que, ao rejeitar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorrogava a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), o Senado agiu em sintonia com a vontade popular. Na opinião do parlamentar, a Casa fez bem em não aceitar a proposta de negociação apresentada à última hora pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Podemos dizer que o Senado e o povo do Brasil enterraram a CPMF. O dinheiro está aí, está no Brasil. O Luiz Inácio já baixou a bola - afirmou Mão Santa.

O senador mostrou-se satisfeito ao afirmar que o presidente repreendeu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por ter afirmado que um novo imposto substituiria a CPMF. Mantega teria errado também ao formular a proposta de mudança na aplicação dos recursos da CPMF encaminhada ao Senado com uma mensagem de Lula na noite da quarta-feira (12).

- Ele já deu um carão no Mantega, o aloprado que o enganou - disse Mão Santa, sustentando a idéia de que o ministro iludiu o presidente com uma proposta que não era séria.

Mão Santa disse que também teria sido iludido pela estratégia de Mantega o senador Pedro Simon (PMDB-RS), defensor do adiamento da votação, de modo a que a proposta fosse discutida.

- Simon pegou uma carta na calada da madrugada, cansado. Luiz Inácio, acho que com boa intenção, fez umas linhas e disse: 'Anexo, vai o acordo'. Mantega escreveu a mais vergonhosa página da República - criticou Mão Santa.

Para exemplificar sua tese de que a derrubada da CPMF trará benefícios ao país, o senador relatou ao Plenário depoimento que lhe fez um empresário piauiense: "Senador Mão Santa, tenho uma firminha de calçados. Fiz o cálculo e vou economizar, por mês, R$ 8 mil de CPMF. Vou dar dez empregos a mais".

O peemedebista relatou também o convite que lhe foi feito por Lula - à última hora - para um jantar durante o qual seria discutida a PEC da CPMF.

- Ele mandou me convidar, na última hora, para um jantar, e mandou até um cantor do Piauí que é seu amigo. Não ficava bem. A mulher de César não tem de ser honesta, apenas, tem de aparentar honestidade. Se eu fosse jantar na véspera, iam dizer que eu estava negociando, não é? Iam dizer que eu queria me vender, que não tinha chegado ao meu preço - observou Mão Santa.

O senador aconselhou o presidente a se tranqüilizar, porque o dinheiro que deixará de ser arrecadado com a CPMF voltará para o governo na forma de outros tributos, como Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

- Ô Luiz Inácio! Cachaça, pão ou luz pagam esse imposto embutido no preço. Se esse dinheirinho ficar na casa de uma família pobre, ela vai comprar mais pão, mais remédio. Então, circulando, gera-se ICMS - disse o senador.

Mão Santa ofereceu-se para participar da elaboração de "uma lei boa e justa para a saúde", a exemplo do que existe para a educação (vinculação de 25% dos recursos orçamentários).



17/12/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Mão Santa pede MP para atender desabrigados de enchentes no Piauí

Governo do Estado passa a atender mais 127 municípios pelo programa Banco do Povo

Fux pede informações ao Senado sobre sessão que derrubou vetos a royalties

Para Mão Santa, PMDB deve se unir ao povo e não ao governo

Para Mão Santa, fim da CPMF vai fortalecer a economia

Num semestre de embates partidários, Senado votou 513 matérias, mas derrubou projetos de interesse do governo