Para Meirelles, prisão de Daniel Dantas não indica falta de sintonia entre Banco Central e Polícia Federal



Em resposta a questionamento do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse não ver falta de sintonia entre o Banco Central (BC) e a Polícia Federal, referindo-se à operação que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas e do investidor Naji Nahas.

Meirelles explicou que o BC fiscaliza bancos e financeiras, buscando detectar problemas "que possam vir a prejudicar a saúde financeira" da entidade fiscalizada. Quando necessário, disse, o Banco Central pode adotar punições na esfera administrativa. Nos casos em que o BC detecta problemas na esfera criminal, envolvendo pessoas da instituição financeira, afirmou Meirelles, as informações são enviadas ao Ministério Público (MP), que pode acionar PF, quando for o caso.

- Existe um procedimento interno que faz com que, em havendo indicio de problema criminal, se encaminhe as informações ao Ministério Público - disse, referindo-se a informações que não sejam sujeitas a sigilo bancário, afirmando que as mesmas também podem ser fornecidas diretamente à Polícia Federal, quando solicitadas.

No entanto, Mercadante ressaltou que, "do ponto de vista do aplicador", torna-se difícil compreender que um banco, fiscalizado pelo BC, tenha toda sua diretoria presa "da noite para o dia", referindo-se à Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Para o senador, o fato deixa à sociedade a impressão de que os órgãos que fiscalizam não tomaram as providências necessárias, mostrando haver falta de sintonia das instituições.

Em resposta, Meirelles voltou a reafirmar que o BC adotou todos os procedimentos de fiscalização necessários e manteve a devida comunicação com o Ministério Público. O presidente do Banco Central participou de reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), encerrada há pouco por Mercadante, presidente do colegiado.



15/07/2008

Agência Senado


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