Para Mozarildo, União não cumpre dever de reduzir desigualdades entre regiões



O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) afirmou que a União não cumpre seu dever constitucional de reduzir as desigualdades entre as regiões. O discurso, nesta segunda-feira (3), foi motivado por uma pesquisa divulgada pela imprensa no fim de semana, com os melhores e piores lugares para se viver no país: 90,8% dos melhores estão nas regiões Sul e Sudeste; 96,4% dos piores estão nas regiões Norte e Nordeste.

- Isso é culpa dos estados do Sul e Sudeste? Não, a culpa é da Federação, da União, da República, que tem obrigação de estimular o desenvolvimento das regiões mais pobres e não o tem feito – disse.

O parlamentar defendeu a criação de uma política nacional para o desenvolvimento das regiões mais pobres, principalmente a Amazônia e a faixa de fronteira.

- É preciso que aprovemos um projeto que cria uma política nacional porque, qualquer que seja o presidente, vai ter que ter um planejamento baseado em lei e não na vontade de grupos de interesses – disse.

De acordo com Mozarildo, cada governo que entra tem uma conduta sobre a Amazônia e a faixa de fronteira.

- É um contrassenso, um paradoxo, não tem havido um trabalho de governo, consistente, impessoal, voltado para o povo das regiões mais necessitadas, e não pra agradar político A ou B ou para manter apoio de partido X ou Y.

Mozarildo reclamou pelo fato de o estado de São Paulo, o mais populoso, sozinho ter mais deputados que a Amazônia inteira. Somado a Rio de Janeiro e Minas Gerais, já se tem mais da metade da Câmara, e as propostas não caminham se não forem de consenso, explicou o parlamentar. Por mais que se tente aprovar projetos nesse sentido no Senado, que em sua avaliação tem "bancada equilibrada", se não é de interesse do governo, o "texto morre na Câmara".

Mozarildo Cavalcanti também defendeu investimentos em educação como forma de mudar a realidade distinta entre os estados. Para ele, não adianta criar universidades ou institutos tecnológicos nos estados se a educação de base, a cargo de estados e municípios, leva estudantes a se formarem no ensino superior sem saber português, matemática e até mesmo sem condições de redigir uma carta.



03/12/2012

Agência Senado


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