Senado pode votar projeto que procura reduzir desigualdades entre regiões



O plenário do Senado pode votar a quarta-feira (21) proposta de emenda constitucional do senador Ademir Andrade (PSB-PA) que destina mais dinheiro aos fundos constitucionais que bancam o desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Na prática, o projeto eleva de 3% para 4% de toda a arrecadação do Impostos de Renda e sobre Produtos Industrializados (IPI) a parcela dirigida ao financiamento produtivo nas três regiões.

Pela Constituição, a União fica hoje com 53% de toda a arrecadação do Imposto de Renda e do IPI, enquanto os 47% restantes são divididos entre estados, municípios, Distrito Federal e as três regiões. O projeto tira 1% da União e faz sua redistribuição entre as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Cálculos do Executivo mostram que as regiões passariam a receber por ano mais R$ 800 milhões, aproximadamente.

O governo não quer a aprovação da proposta, para não perder arrecadação, argumentando inclusive que nem todas as verbas dos fundos das três regiões têm sido usadas. O senador Ademir Andrade, no entanto, afirma que esta situação vem mudando e, no caso da Região Norte, já há uma fila de projetos à espera de financiamento. A situação se inverteu por conta de alterações burocráticas no exame de projetos e porque desde janeiro último o setor de serviços também passou a ter direito aos empréstimos.

O Plenário do Senado também pode votar na quarta-feira projeto que fixa novas regras para fiscalização e controle de produtos químicos utilizados na fabricação ilícita de drogas. Encaminhado ao Congresso pelo Executivo, o projeto autoriza a Polícia Federal a fiscalizar severamente todas as empresas que produzem ou comercializam tais produtos químicos, entre eles acetona, utilizada no refino da cocaína. O relator, senador Romeu Tuma (PFL-SP), quer que a proposta se transforme em lei antes do final deste ano.

Os senadores voltam a discutir na sessão de terça-feira (20) projeto que isenta de qualquer pagamento a pessoa pobre que entrar na Justiça com ação de reconhecimento de paternidade. Até o sofisticado exame de DNA, de custo elevado, será gratuito, caso o possível pai não esteja admitindo a paternidade e o juiz entenda ser necessário o exame.

A proposta conta com parecer favorável do senador Sebastião Rocha (PDT-AP), que não aceitou emendas para evitar que o projeto volte à análise dos deputados, caso seja aprovado pelos senadores. Na última quarta (14), o projeto esteve em discussão, quando líderes governistas argumentaram que o projeto não é claro sobre quem vai pagar o exame de DNA - a Justiça ou o Executivo. O senador Romero Jucá (PSDB-RR) recomendou que o Senado não vote a matéria, à espera de um projeto amplo sobre exames de DNA. O relator, Sebastião Rocha, admite reexaminar seu parecer, para deixar claro quem deve pagar o exame.

16/11/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Senado pode votar nesta quarta projeto que reduz desigualdades entre regiões

Para Mozarildo, União não cumpre dever de reduzir desigualdades entre regiões

Vanessa Grazziotin pede ações para reduzir desigualdades entre homens e mulheres

Projeto de Tebet poderá reduzir desigualdades regionais de renda

Senado deve votar nesta quarta projeto para ajudar a reduzir mortalidade materna

Senado vota emendas destinadas a reduzir as desigualdades regionais