Para Rands, declaração de Serraglio sobre caixa dois foi infeliz
O relator-adjunto da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Maurício Rands (PT-PE) qualificou como "infeliz" a declaração do relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de que a tese do caixa dois, defendida pela base aliada em substituição à do mensalão, é "pior" para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Não tem qualquer conexão lógica, mas não vamos fazer disso um cavalo de batalha - disse.
Rands lembra que, no relatório final, Serraglio isenta o presidente Lula de qualquer responsabilidade pelo mensalão e que o publicitário Duda Mendonça, em depoimento à CPI, foi claro ao dizer que o montante recebido no exterior por meio de caixa dois - na famosa conta Dusseldorf - não se destinou a pagamentos da campanha presidencial.
- O fato de existir caixa dois já é gravíssimo. Não dá para fazer espalhafato envolvendo o presidente - disse o parlamentar por Pernambuco.
O voto em separado apresentado pela bancada do PT, segundo Rands, mantém mais de 80% do relatório original. Sugere alterações em pontos como a destinação de recursos aos parlamentares e a existência de fontes ilícitas e outras lícitas nos repasses feitos, cuja fonte não foi apenas a Visanet. Eles também sugerem mudanças quanto aos indiciamentos, sugerindo que só devam ser mantidos os que "têm comprovação do ilícito penal". Por esse motivo, são eliminados os pedidos de indiciamento do ex-deputado José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-ministro da Comunicação e Gestão Estratégica Luiz Gushiken.
- Não estamos defendendo o PT, até porque outros do partido que tinham comprovação foram mantidos - disse Rands, sem especificar quem seria.
O deputado também ressaltou que, apesar de retirados os pedidos de indiciamento, será sugerido ao Ministério Público o aprofundamento das investigações sobre os fatos que envolvem os nomes dos três.
04/04/2006
Agência Senado
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