Para Rollemberg, redução de IPI concentra desenvolvimento e agrava caos urbano
A redução, pelo governo federal, do Imposto sobre Produtos Importados (IPI) para automóveis concentra o desenvolvimento na Região Sudeste, onde está a maioria das montadoras, aumenta a poluição ambiental e agrava o congestionamento do trânsito nas cidades. A opinião é do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), ao comentar medidas de estímulo ao consumo anunciadas nesta segunda-feira.
– Me parece mais uma vez um contrassenso. Ao invés de investir em uma política de inovação tecnológica em atividades de baixo carbono, o governo estimula o consumo de automóveis, o que torna nossas cidades menos sustentáveis. Além disso, os veículos são grandes emissores de gases de efeito estufa, indo na contramão do que buscamos construir.
O parlamentar se manifestou nesta terça-feira (22), durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), que discutiu modelos de sustentabilidade nas cidades, em preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20.
No debate, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) citou livro do professor Edward Glaeser, da Universidade de Harvard, no qual o autor defende a cobrança de taxa daqueles que contribuem para o aumento da poluição, para que seja utilizada em benefício da coletividade.
– Alguns poderiam reclamar por ser mais um imposto, mas quando as pessoas vierem a compreender que este imposto poderia ser destinado a um fundo que pagaria dividendos a todos, como uma renda básica de cidadania, talvez todos concordassem com a iniciativa – disse. Para Suplicy, a medida combinaria desenvolvimento econômico, proteção ambiental e justiça social.
22/05/2012
Agência Senado
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