Sérgio Guerra responsabiliza governo Lula por ações ilegais do delegado Protógenes



O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse acreditar que a atuação do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz origina-se em um esquema de poder - denominado pelo senador de "lulista-petista" -, que teria incentivado grupos de dentro da PF a atuar como "arapongas" contra os desafetos políticos e adversários no mundo dos negócios. O senador fez a afirmação ao comentar denúncias de que o delegado e sua equipe teriam grampeado e investigado ilegalmente autoridades e políticos, durante a Operação Satiagraha.

- Quem semeia ilegalidades como arma política, colhe instituições desmoralizadas, afirmou Sérgio Guerra. - Usaram a estrutura do Estado para espionar, chantagear, ameaçar com meias verdades e mentiras inteiras urdidas nos porões do regime. É com dor no coração que eu volto a usar essa expressão dos tempos da ditadura.

Segundo Sérgio Guerra, a atuação do delegado Protógenes seria apenas mais um exemplo desse retrocesso democrático a que se referiu. A seu ver, "não é o primeiro nem será o último que veremos nesse ocaso do governo Lula".

- O esquema de poder que alimenta e usa as criaturas do submundo é o mesmo que pariu Waldomiro Diniz, o 'mensalão', a quebra do sigilo bancário do caseiro Francelino, o dossiê dos 'aloprados' e o dossiê da Casa Civil, da ministra Dilma Rousseff, afirmou o senador.

Para Sérgio Guerra, é esse mesmo esquema que disputa os recursos bilionários dos fundos de pensão.

- É a projeção de um partido e de um governo para quem a conquista e a manutenção do poder são tudo - disse.

O senador Sérgio Guerra questionou a atuação do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em diversos episódios que envolvem a vida política do país. Ele afirmou que o ministro da Justiça tem sido condescendente com esses grandes escândalos, quando deveria ser o garantidor do respeito à lei. Para o senador, Tarso Genro tem atuado mais em função de suas identidades ideológicas, como ao conceder asilo político ao italiano Cesare Battisti, condenado por homicídio em seu país.

- O que os atos não revelam se trai por lapsos de linguagem, argumentou o senador. - Há dias o MST executou quatro pessoas em Pernambuco, com requintes de crueldade. Levaram tiros nas pernas, na cabeça e no rosto. Comentário do Dr. Tarso Genro: 'Isso foi um momento de arrocho dos movimentos sociais'. O que esperar de um ministro da Justiça que tem essa noção de Justiça? - indagou Sérgio Guerra.

Em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Sérgio Guerra afirmou que dele não há nada que se possa esperar, igualmente. Segundo disse, o presidente, "sabidamente, não sabe nada do que se passa na sala ao lado do Palácio do Planalto". O senador lembrou que 50 mil brasileiros foram mortos em 2008, vítimas de violência, em uma guerra civil não declarada, enquanto as autoridades e instituições que deveriam estar lutando contra o crime estão envolvidas em acusações de ilegalidade.

- Em meio a essa bagunça institucional, a ação das mais altas autoridades do governo se resume a palanque, propaganda, piadinhas e pesquisas - protestou Sérgio Guerra.



10/03/2009

Agência Senado


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