PARA SIMON, ELITES ESTÃO AQUÉM DO TRABALHADOR
Os trabalhadores brasileiros estão nivelados aos dos países do Primeiro Mundo, avaliou hoje (dia 5) o senador Pedro Simon (PMDB-RS), na homenagem ao trabalhador, pela passagem do Dia do Trabalho. Simon acredita que os problemas que afligem a mão-de-obra brasileira decorrem da incapacidade da elite nacional.
- O trabalhador brasileiro é de primeira grandeza. A elite é que está aquém do povo. Nós, políticos, empresários, intelectuais não temos a compreensão da responsabilidade no trato dos problemas sociais do país.
O senador gaúcho reconhece que não há muito a ser comemorado neste 1º de Maio. No entanto, ele vê aspectos positivos no controle da inflação, que castigava os salários. Para Simon, o país deve buscar agora mecanismos que revertam os altos níveis de desemprego, provocados pela recessão. Ele cita como medida importante a criação de comissão especial no Senado para discutir o problema e apontar formas de geração de postos de trabalho no país. "A presidência da Casa entendeu a importância do assunto e já colocou na pauta a proposta de criação da comissão, que certamente será aprovada pelo plenário", disse.
SECA
A questão da seca é, para Simon, um exemplo claro da falta de ação dos governantes diante das mazelas sociais. Segundo ele, o drama da seca é previsível e ainda assim as providências não são tomadas. "O nordeste tem todas as condições para ser um celeiro de alimentos do Brasil, mas por irresponsabilidade nossa isso não acontece", afirmou.
Pedro Simon disse que a gravidade do problema tem justificado casos de saques em busca de alimentos na região. Para ele, não há drama maior do que a impossibilidade de um pai alimentar a sua família. No entanto, o senador criticou o estímulo aos saques como forma de solução do problema.
- Há um fato real que é a falta de comida na mesa da povo. O próprio Código Penal legitima o roubo sob estado de necessidade. Não acha correto que se façam campanhas estimulando os saques. Não sei se o caminho passa por aí - observou.
05/05/1998
Agência Senado
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