Para Simon, Mário Covas tem lugar assegurado entre os maiores políticos brasileiros



Autor do requerimento para a realização da homenagem ao governador e ex-senador Mário Covas, o senador Pedro Simon (RS), falando em nome do PMDB, destacou a sinceridade e a franqueza como os maiores traços da personalidade do político paulista.

- Covas tem lugar assegurado entre os maiores políticos brasileiros de todos os tempos. É difícil julgar um homem público quando é decorrido tão curto espaço de tempo de sua morte. No entanto, Covas era realmente um político fora-de-série e merece o elogio mais pleno, a homenagem irrestrita. Ninguém da nossa geração de políticos e administradores públicos foi melhor que ele - afirmou.

Simon analisou a postura de Covas de reagir aos fatos com coragem e abertamente, apesar de a tradição política brasileira ser a do acordo secreto e do movimento dos bastidores.

- Ele não era assim. Preferia a luta franca. Se tinha de discordar, discordava. Não contemporizava. Por isso, era chamado de turrão, mal humorado, ranzinza - disse Simon.

O senador destacou o episódio em que, como governador de São Paulo, Covas entrou em confronto com professores grevistas na Secretaria de Educação. A solução mais simples na ocasião, continuou Simon, seria chamar reforço policial, mas Covas enfrentou os grevistas.

- Aquele é um episódio exemplar da vida de Mário Covas, porque ele era um homem que nunca procurava a solução mais fácil. Muito ao contrário, ele procurava a saída mais digna, a mais legítima, a mais democrática. Pela porta dos fundos, nunca! - analisou o senador gaúcho.

A morte, na opinião de Simon, tirou de Covas a possibilidade de ser o candidato do PSDB à presidência da República. O senador acredita que o governador de São Paulo seria imbatível na disputa que acontecerá em outubro deste ano.

- O que me dá plena certeza de que Covas seria um grande presidente é a sua gestão à frente do governo de São Paulo. Pelo seu exemplo pessoal, imprimiu austeridade, empenho, seriedade e correção na condução dos negócios públicos.

O desapego de Covas ao poder também foi registrado por Simon. Por conta dessa característica, declarou Simon, Covas impediu que o PSDB fechasse acordo com o ex-presidente da República Fernando Collor, retirando seu partido "do funeral" daquele governo.

- Mário Covas era a honestidade, a verdade, o interesse público, a coragem, a ética, num ambiente contaminado pela indecência. O Brasil seria melhor, mais justo, mais feliz, se seguisse os exemplos e as lições de homens como ele - concluiu.



05/03/2002

Agência Senado


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