Para Taques e Aécio, reforma política deve ser feita por emenda à Constituição



Após reunião entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e lideranças do governo e da oposição, os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Aécio Neves (PSDB-MG) mostraram-se favoráveis a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para implementar a reforma política defendida pela presidente Dilma Rousseff em respostas às manifestações populares que tomaram conta do país.

Ao deixar o encontro, Pedro Taques disse que a proposta poderia, por exemplo, ser enviada pela própria chefe do Executivo ao Congresso Nacional.

– O que falta é vontade política. Se o Poder Executivo, que tem a maior base da história brasileira, desejar aprovar propostas de emendas, elas serão aprovadas – disse.

O senador ressaltou que a Constituição estabelece dois mecanismos para sua alteração: por meio de emenda, prevista no artigo 60; e por uma revisão, admitida pelo artigo 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

De acordo com Taques, ainda falta debater quais temas seriam incluídos numa possível reforma e qual o meio de implementá-la.

– Primeiro precisamos definir o que é reforma política, o que, aliás, não é sinônimo de reforma eleitoral – destacou.

O senador Aécio Neves manifestou opinião semelhante. Para ele, uma PEC é o "leito mais seguro e natural".

– Cobraremos do governo federal uma proposta de reforma política, mas que venha por meio de uma emenda constitucional, que possa ser discutida pelo Congresso e, se aprovada, ser submetida a um referendo popular – disse.

A necessidade de uma reforma política foi apresentada pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira (24) em reunião com governadores e prefeitos no Palácio do Planalto. A presidente, no entanto, acenou com a possibilidade de formação de uma assembleia constituinte específica para este fim, alternativa que foi questionada por juristas.

Agilidade

Na reunião desta terça-feira, por cerca de duas horas, os senadores debateram uma pauta legislativa prioritária a ser votada nos próximos dez dias, entre os quais o Plano Nacional de Educação (PNE), que destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ensino, e a diminuição do número de assinaturas para apresentação de projetos de lei de iniciativa popular. São projetos já em tramitação e que tratam de reivindicações feitas nas manifestações.

As propostas serão discutidas novamente entre Renan Calheiros e Dilma Rousseff, que têm encontro marcado para as 17h30.



25/06/2013

Agência Senado


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