Paraguaios deverão ter direito a voz no Parlasul, propõe Requião
A Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) levará à primeira sessão do ano, em Montevidéu, uma posição firmada a respeito da participação paraguaia no órgão legislativo regional, durante os próximos meses. Os parlamentares do Paraguai – os únicos do bloco eleitos diretamente pela população até o momento – deverão ter direito a voz na sessão marcada para segunda-feira (2), até para apresentar a sua versão do que significa para o país e o bloco a deposição do ex-presidente Fernando Lugo.
- Temos um consenso de que devemos garantir a palavra aos paraguaios. Até para não fazer com eles o que fizeram com o Lugo – disse nesta quinta-feira (28) à Agência Senado o presidente da representação, senador Roberto Requião (PMDB-PR), referindo-se à rapidez do processo de impeachment movido pelo Legislativo paraguaio contra o ex-presidente daquele país.
A sessão da próxima segunda-feira será a primeira do ano do Parlasul. O atraso na retomada dos trabalhos do órgão legislativo ocorreu por causa da demora da Câmara de Deputados e do Senado da Argentina em indicar os novos integrantes da representação daquele país, após as eleições legislativas do final de 2011. Segundo a nova etapa de transição para a implantação do parlamento, a Argentina passará a ser representada por 26 parlamentares. O Brasil agora tem 37 parlamentares, enquanto Paraguai e Uruguai têm 18 cada um.
A suspensão do Paraguai do Mercosul, na opinião de Requião, levará à automática suspensão da representação daquele país no Parlasul, que integra o conjunto de órgãos do bloco regional. O tema deverá ser discutido nesta sexta-feira (29) durante a Cúpula do Mercosul, a ser realizada na cidade argentina de Mendoza. E a tendência é que a suspensão do Paraguai permaneça até a realização de novas eleições presidenciais, previstas para 2013.
Venezuela
Uma vez confirmada a suspensão do Paraguai, o Parlasul será temporariamente composto por apenas três bancadas – Argentina, Brasil e Uruguai. Mas existe a possibilidade de que uma quarta bancada venha a unir-se em breve a elas. Trata-se da Representação da Venezuela, que até o momento apenas participou das sessões em Montevidéu com direito a voz, e não a voto.
A definitiva integração da Venezuela ao Mercosul já foi aprovada pelos Parlamentos de Argentina, Brasil e Uruguai. Mas ainda precisava da aprovação pelo Senado do Paraguai para tornar-se oficial. Com a suspensão do Paraguai do Mercosul, os três outros sócios podem optar pela imediata integração da Venezuela, uma vez que não restaria obstáculo legal à ampliação do bloco. Uma vez aceita pelo Mercosul, a Venezuela também seria acolhida pelo Parlasul.
- A Venezuela será automaticamente incluída – previu Requião.
28/06/2012
Agência Senado
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