Paraná tenta rastrear a cadeia da soja transgênica








Paraná tenta rastrear a cadeia da soja transgênica
20 de Março de 2002 - A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) determinou ontem que seus 21 núcleos regionais façam um rastreamento da soja, desde a compra da semente pelos revendedores até seu processamento pela indústria. O objetivo é impedir a disseminação da soja transgênica no Estado, segundo maior produtor nacional do cereal.

A medida foi adotada depois da confirmação de mais seis lavouras cultivadas com o grão geneticamente modificado, totalizando 13 áreas com esse tipo de produto, cujo cultivo é proibido no Brasil. Os exames, realizados no laboratório da Universidade Federal do Paraná (UFPR), concluíram serem transgênicos os grãos cultivados em cinco lavouras de São Mateus do Sul, uma em Paula Freitas (sul do Estado) e uma em Toledo (oeste). As áreas serão interditadas.

Das 33 lavouras suspeitas no Paraná e cujas amostras foram enviadas à UFPR, 18 deram resultado negativo e duas permanecem em análise. O grão clandestino já foi localizado em todas as regiões do Estado, sempre em pequenas propriedades, entre 10 e 15 hectares.

O levantamento da Seab será feito por meio de questionários. O órgão quer descobrir se a soja passa por testes para a detecção de organismos geneticamente modificados e se toda a cadeia que envolve o produto é monitorada. Outro objetivo é saber qual é o procedimento dos estabelecimentos quando há a comprovação de que a soja utilizada é transgênica.

Apesar de ser segundo produtor nacional, o Paraná lidera a exportação, com 4 milhões de toneladas do grão, 4,6 milhões de toneladas de farelo e 700 mil toneladas de óleo no ano passado. A preocupação do Estado é perder mercado internacional com a entrada ilegal de transgênicos. Conforme este jornal divulgou ontem, estudos afirmam que o País poderá ter suas exportações reduzidas e aumentar o custo de produção se optar pela soja transgênica.


Supermercados disputam clientes em Curitiba
20 de Março de 2002 - O Paraná é o segundo estado brasileiro com a maior concentração de supermercados para o número de habitantes: um para cada 4.500 pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O Estado só perde para Santa Catarina, que ocupa o primeiro lugar no ranking com uma loja para cada 4 mil habitantes. No Rio de Janeiro, a média é de 9,5 mil clientes para cada supermercado.

Mesmo diante deste cenário altamente competitivo, os empresários continuam investindo alto no setor. Prova disso foi a inauguração do primeiro hipermercado da rede Condor, em Curitiba, ontem à noite.

Num investimento de R$ 24 milhões a loja está localizada em uma região do centro da cidade onde já existem três supermercados. De acordo com o empresário Joanir Zonta, diretor-presidente do grupo Condor, a instalação da loja deve-se justamente ao fato de existirem supermercados nas proximidades, mas de não haver nenhum hipermercado na região, que fica ao norte de Curitiba. 'Nós encomendamos uma pesquisa que apontou a região do Centro Cívico como o local mais apropriado para a instalação de uma loja do porte de um hiper', afirma o empresário. Este é o quarto hipermercado inaugurado pelo grupo. As outras lojas ficam em Londrina, Ponta Grossa e São José dos Pinhais.

Zonta diz que acredita na política de trabalho que desenvolveu ao longo de 27 anos à frente do grupo Condor e que não teme a competição com outras grandes redes de hipermercados que estão instaladas em Curitiba. Segundo ele, a rede já consolidou o seu diferencial no mercado. 'O relacionamento próximo com o consumidor é o que faz a diferença nas nossas lojas', explica. 'Somos a única rede genuinamente paranaense e isso dá uma dose de credibilidade ao grupo e nos facilita a aproximação com o cliente', completa.

Joanir Zonta, que também é presidente da Associação Paranaense de Supermercados, avalia que esta disputa entre as grandes redes de hipermercados deve ficar ainda mais acirrada em 2002. É que serão inauguradas em Curitiba duas lojas de redes que estão iniciando seus investimentos na cidade, uma do grupo Muffato, de Cascavel, no Paraná e outra do Angeloni, de Santa Catarina. 'A vinda destes grupos vai contribuir para o aumento da competitividade entre os hipermercados', acredita.

Outro diferencial de destaque no grupo, segundo Zonta, é o preço competitivo. Segundo ele o grupo está sempre aberto a negociações com seus fornecedores. 'Se o fornecedor propuser um aumento muito alto de preços nós deixamos de comprar e esperamos até que os preços baixem', explica. Ele diz ainda que 'esta é a única maneira de competir, em pé de igualdade, com os outros grupos'.

No ano passado o grupo teve um faturamento de R$ 341 milhões. Para este ano, Zonta tem uma expectativa que assume ser ambiciosa, chegar aos R$ 500 milhões. 'A nossa principal meta é o faturamento. Temos um planejamento que nos permite sermos ambiciosos, sólidos e estáveis para assim estipular um faturamento tão alto para uma rede pequena em comparação com as outras', admite o empresário.

Além da inauguração do hipermercado que, segundo o empresário vai contribuir para este incremento no faturamento da rede este ano, o Condor deve inaugurar mais um supermercado em Curitiba, na região do bairro Cajuru, até o final deste ano. 'Estes são os dois empreendimentos que nós temos para este ano', afirma.

Ainda em 2002 o grupo pretende investir também no lançamento de 15 novos produtos com a marca Condor no mercado. Somados aos outros 15 existentes e que levam a marca do grupo serão 30 até o fim deste ano. Os produtos vão desde material de limpeza até arroz e outros produtos alimentícios. Segundo o empresário, este tipo de investimento sempre traz um bom retorno aos empresários do setor. 'Os produtos com a marca Condor foram muito bem aceitos pelos consumidores o que aumenta ainda mais a nossa responsabilidade com a qualidade daquilo que vendemos', diz Zonta.

Atualmente o Condor ocupa a 17ª posição no ranking de faturamento no setor varejista da Associação Brasileira de Supermercados, o que significa uma participação de 0,5% no setor, e o primeiro lugar no Paraná, posição ocupada desde 1999. A rede tem 20 lojas em todo o Estado, onde emprega mais de 3 mil funcionários. Sobre a nova loja do grupo, Zonta diz que esta vai ser a mais moderna do país nas áreas de exposição de produtos, lay-out e instalações. 'A disposição da loja em si é diferenciada, o que significa uma evolução no setor', explica. O hipermercado tem uma área de venda de 7,5 mil metros quadrados e representa 20% de todo o grupo. Além disso a loja vai oferecer mais de 45 mil itens.


Produtores invadem e paralisam indústrias de laticínios
20 de Março de 2002 - Produtores ligados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), ao Movimento Sem-Terra (MST) e ao Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) invadiram no início da manhã de ontem quatro indústrias de laticínios no Interior do Rio Grande do Sul e o prédio da sede do Ministério da Agricultura no Estado, no Centro de Porto Alegre. Os manifestantes têm duas reivindicações. A primeira é reajuste do preços do leite pago aos produtores. Segundo Valdemar Scalvi, membro da direção do MPA, o valor médio pago hoje no Estado pela indústria é de R$ 0,22 o litro, enquanto o custo de produção estaria em R$ 0,30. Os minifundiários entendem que o justo seria, pelo menos, R$ 0,38 o litro.

O segundo motivo que levou os pequenos produtores a desencadear a ação é uma portaria do Ministério da Agricultura prevista para entrar em vigor na metade do ano. O texto exige a mecanização de toda a atividade. Nem mesmo a ordenha manual seria mais permitida. Os manifestantes entendem que a classe não tem condições de arcar com os custos da mudança na leg islação, o que levaria mais pequenos produtores a serem excluídos da atividade. 'Em 1999 existiam 1,8 milhão de produtores de leite no Brasil. Em 2001 já eram cerca de 950 mil', sustenta Scalvi.

Os manifestantes, centenas em cada indústria bloqueada, acabaram paralisando as atividades nas unidades da Elegê em Teutônia, Santa Rosa e São Lourenço do Sul e na da Parmalat em Carazinho. Por meio de nota, a Parmalat sustentou que os manifestantes não apresentaram qualquer reivindicação à empresa e denunciou ainda o arrombamento de portas e o saque de produtos por parte dos produtores. Ainda pela manhã, a Parmalat obteve na Justiça uma liminar garantindo a reintegração de posse.

Os colonos, entretanto, permaneciam até ontem à noite no local e prometiam continuar mobilizados até terem seus pedidos atendidos. 'As empresas e o governo conhecem os nossos problemas, mas nunca atenderam as nossas reivindicações', reclama o dirigente do MPA. A unidade de Carazinho processa, diariamente, cerca de 1 milhão de litros de leite. O diretor de Planejamento e Políticas Leiteiras da Elegê, Ernesto Krug, disse que também não tomou recebeu uma pauta de reivindicações dos manifestantes. Sobre o principal motivo do movimento, o reajuste do preço pago ao produtor, Krug diz que 'a empresa tem concedido os reajustes de acordo com a realidade de mercado e a viabilidade da empresa'.

A Elegê também obteve liminares garantindo a reintegração de posse e esperava para ainda ontem à noite a desocupação das três unidades que, juntas, processam dois milhões de litros por dia, fabricando leite longa vida, leite em pó, queijos e bebidas lácteas.

Um segundo protesto em favor do atingidos pela estiagem também mobilizou pequenos produtores em Carazinho, às margens de um trevo da BR-386. Para o governo gaúcho, os manifestantes pedem a anistia do pagamento do troca-troca de sementes e exigem que o Estado pressione as seguradoras que venderam apólices do Seguro Agrícola para que paguem os agricultores que teriam direito à ressarcimento. Do governo federal, exigem a suspensão do pagamento do Pronaf-Custeio e liberação de recursos emergenciais para os atingidos pela seca.


Shopping DC Navegantes amplia mix de serviços
20 de Março de 2002 - O DC Navegantes, único shopping a céu aberto da capital gaúcha, está mudando seu perfil e, junto com o aumento de 15% no número de lojas, busca novos consumidores e empresas. Já está prevista para este ano a inauguração de uma filial do supermercado Asun, da casa noturna Clube E (do grupo Dado Bier), e de uma loja de artesanato, do Projeto Mão Gaúcha, do Sebrae. Além disso, está em andamento a ampliação da loja Expresso do Oriente, especializada em tapetes importados. Atualmente, o shopping conta com 140 operações e, segundo a superintendente, Marise Mendes Mariano, há um grande número de lojistas gaúchos interessados no espaço. O DC Navegantes tem 15 mil metros quadrados de área para ser locada (o que representa cerca de 180 lojas) e possui um público mensal de 200 mil pessoas.

A rede Asun decidiu apostar neste mercado e, nos próximos meses, vai abrir uma filial no shopping o que, conforme a superintendente, era uma reivindicação antiga do público. Ela explica que o supermercado vai ser construído em parceria, onde o Shopping DC ficará responsável pelas obras de adaptação do prédio e a Asun fará a instalação da loja. O diretor comercial da empresa, Paulo Manoel Tavares, adianta que a filial deve ter dois mil metros quadrados e empregar cem funcionários. A Asun é uma empresa de origem espanhola, que existe há 15 anos e possui 14 lojas e cinco franquias no Rio Grande do Sul.

Já a Expresso do Oriente, que trabalha com tapetes persas e outros importados, pretende inaugurar em abril a loja que foi ampliada para 390 metros quadrados e vai oferecer produtos exclusivos, feitos por artesãos brasileiros. O diretor Gelson Balbueno anuncia que serão apresentados trabalhos que misturam vários fios (como seda, algodão e lã) e foram produzidos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Norte do País. Balbueno comenta que, com estes lançamentos, é esperado um incremento de até 30% no faturamento deste ano. Ele ressalta que, nos últimos três anos, a loja tem registrado um crescimento de 5% no faturamento.

O diretor diz que a Expresso do Oriente foi criada em 1995, no shopping, devido às exigências dos clientes. Ele, que já possuía a Balbueno Tapetes também no DC Navegantes, percebeu que os consumidores estavam interessados em mercadorias orientais e lançou a nova marca. 'A loja foi a primeira voltada à decoração, o que pode ter influenciado na transformação do shopping, que hoje possui outros grandes empreendimentos deste ramo', avalia Gelson Balbueno.

A Móveis Friedmann é um exemplo. A loja de mil metros quadrados está a pouco mais de um ano no DC Navegantes e começa a obter bons resultados. Um dos sócios, Sadi Luiz Dani, diz que está satisfeito, pois as vendas aumentaram em 20% na comparação entre os dois primeiros meses de 2002 com o mesmo período do ano passado. Dani avalia que houve uma mudança no perfil do cliente, que hoje busca tranqüilidade, segurança e horário flexível na hora da compra. 'Quando abrimos a loja no DC fechamos as duas unidades que tínhamos na Capital, a fim de concentrar nossos serviços e oferecer um melhor atendimento.' A Móveis Friedmann é uma empresa gaúcha com 72 anos de atividade, que trabalha com salas de jantares, estofados e colchões.

Quando foi lançado, em 1994, o DC Navegantes era considerado um shopping de lojas de fábricas, que oferecia descontos em suas mercadorias. Hoje, o perfil do shopping mudou e, desde 2001, também oferece o Teatro Novo DC, junto com a companhia Teatro Novo, que apresenta peças direcionadas ao público infantil e tem capacidade para 500 pessoas.

A superintendente considera que o público do DC Navegantes mudou nos últimos anos, junto com as programações e lojas oferecidas. 'Durante a semana o shopping recebe muitos executivos no horário de almoço, já no final de semana reúne a família inteira', comenta. A maioria do público (54%) pertence a classe B, 30% a C e cerca de 11% são da A. Marise Mariano observa que em 2001 houve um acréscimo de 12% no número de operações, de 16% no faturamento e de 18% no fluxo de consumidores, o que significa um incremento de 400 mil clientes por ano em relação ao ano anterior.

Para 2003, a superintendente pretende montar um Centro de Eventos no shopping, que será um local fixo para programações mensais, como o '2º Salão de Turismo', que será promovido pelo governo do Estado, em abril e deve receber mais de 80 mil pessoas. O DC Navegantes funciona de segunda à sábado das 10h às 22h e, domingos e feriados, das 12h às 20h.


Seara investe no meio estudantil para garantir crescimento de seu mercado
20 de Março de 2002 - A Seara Alimentos S/A, braço do grupo Bunge que atua no mercado de aves e suínos, lança na próxima semana uma ação para entrar nos carrinhos de compras de pais e mães pelo colégio dos filhos e, ao mesmo tempo, garantir consumidores para as próximas décadas. A partir de segunda-feira, as secretarias de educação de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo e do Rio de Janeiro distribuirão às escolas públicas do ensino fundamental kits com fitas VHS do filme Tainá - Uma aventura na Amazônia e cartilhas que auxiliarão os professores a discutir em sala de aula temas como ecologia e diferenças culturais, abordados também no longa metragem.

No total, serão distribuídos 1100 kits nos quatro estados. Outras 250 fitas, legendadas em inglês, serão encaminhadas aos clientes da companhia na Europa, no Oriente Médio, no Extremo Oriente e na América do Sul.

Segundo o diretor de marketing da agroindústria, Cléver Ávila, a iniciativa é apenas parte do projeto da empresa de ligar sua marca a ações culturais e de proteç


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