Parceria público-privada não será votada no esforço concentrado
A discussão dos requerimentos para instruir o projeto das PPPs ( PLC 10/04) serviu de palco para a troca de farpas entre oposição e governo. Jereissati reclamou da atitude do governo, que, observou, acusa a oposição de estar atrasando deliberadamente a votação do projeto e se ausenta das discussões na CAE, onde apenas um senador do PT, Eduardo Suplicy (PT-SP), encontrava-se presente àquela altura da reunião.
Jereissati chegou a sugerir a Suplicy que desse aulas ao ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, sobre o funcionamento do Senado, porque o principal negociador da área econômica do governo tem demonstrado desconhecer os trâmites da Casa. O presidente da CAE, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), fez coro com a oposição ao responsabilizar o governo pelo próprio atraso nas discussões do projeto, lembrando que, desde junho deste ano, quando foi aprovado requerimento do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), a comissão aguarda que o ministro da Fazenda, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) marquem a data em que poderão ir à comissão para tratar da matéria. Tebet resguardou apenas Mantega, o único até agora a comparecer à CAE para falar sobre as parcerias público-privadas. As críticas de Tebet foram endossadas pelos senadores Mão Santa (PMDB-PI), Efraim Morais (PFL-PB), Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS). Simon, inclusive, foi enfático ao marcar a sua posição sobre o projeto. "Concordo em votá-lo, mas não como está. Se for mantido, poderá dar origem aos maiores escândalos da história desse país", sublinhou. Ainda sem a presença de Mercadante, a defesa do governo ficou por conta de Suplicy, que propôs um acordo entre os líderes e o presidente da Casa, José Sarney, para programar as audiências públicas sobre as PPPs nas três semanas que antecedem o segundo turno das eleições municipais. Outro apoio ao projeto veio do relator, Valdir Raupp (PMDB-RO), que estranhou a discussão sobre o assunto na CAE, já que haverá reunião de lideranças às 14h30 com Mantega para discutir um acordo para a tramitação da proposição. Ele lembrou que já apresentou duas versões para o seu substitutivo e que está aberto a sugestões. Raupp chegou a manifestar sua concordância com Mercadante de que só poderão ser incluídas no projeto das PPPs as obras em que o parceiro privado se torne o concessionário do serviço.14/09/2004
Agência Senado
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