Parlamentares avaliam avanços e obstáculos na luta das mulheres



O relevante trabalho das mulheres na transformação da sociedade brasileira, as conquistas dirigidas a assegurar os direitos femininos e os obstáculos ainda enfrentados nesse processo foram abordados pelos senadores que participaram da sessão especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, realizada nesta terça-feira (11).

Para a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, representou "um salto" na defesa dos direitos e dos interesses das mulheres. Presidente do Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, Serys enalteceu o trabalho das dez senadoras em defesa do sexo feminino. Segundo afirmou, independentemente da coloração partidária, as senadoras sempre fecham questão quando está em jogo um quesito: a luta em favor da melhoria das condições de vida e de trabalho da mulher brasileira.

A senadora por Mato Grosso condenou ainda os vários tipos de desigualdades enfrentadas pelas mulheres, com destaque para a questão salarial. Também pediu o fim das discriminações de natureza social, racial, sexual e ética contra as mulheres, bem como um firme combate à violência praticada contra elas.

Já a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) defendeu a aprovação da continuidade de pesquisas com células-tronco embrionárias, em análise no Supremo Tribunal Federal (STF). Para ela, as células-tronco reúnem as condições para salvar a vida de muitas pessoas. Na ocasião, a representante de Goiás chamou atenção ainda para o crescimento do número de famílias chefiadas por mulheres. De 1992 a 2006, de acordo com pesquisa por ela citada, as áreas metropolitanas registraram um crescimento de 19% para 32% de famílias comandadas por mulheres.

Ao lembrar que o Diploma Bertha Lutz é fruto da trajetória de luta das mulheres, o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) saudou as cinco agraciadas com o prêmio este ano. E fez especial referência à ex-deputada Jandira Feghali, por seu esforço pela aprovação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), que pune responsáveis pela violência contra as mulheres. Ressaltou, ainda, homenagem in memoriam a Leocácia Prestes, bem como o protagonismo de seu partido por priorizar a questão da mulher.

Já o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) afirmou ser apenas um mito a idéia de que a mulher tenha conseguido sua autonomia nos dias de hoje. No máximo, considerou, essa liberdade atinge determinados setores da vida humana e, mesmo assim, somente em algumas camadas da sociedade.

Para Valadares, quando o tema é autonomia profissional, por exemplo, a mulher é logo acusada de ser ambiciosa e de não pensar no marido e nos filhos. Se ela quer dispor de seu corpo, é rotulada de insensível e sem bons sentimentos, acrescentou. O senador por Sergipe admite que as mulheres vêm ocupando alguns espaços na cena política e econômica, mas pondera que ainda têm de se defrontar com discriminação tanto no sucesso quanto na derrota.

Em nome do PSOL, o senador José Nery (PA) homenageou a luta diária de todas as mulheres operárias, camponeses, ribeirinhas, índias, além das que moram na periferia das grandes cidades. O senador também prestou homenagem "a todas as mães que choram a morte de seus filhos, em decorrência da violência urbana e rural". José Nery ressaltou ainda a atuação das mulheres que, no dia-a-dia, constroem os movimentos sindicais e populares pelo país afora, dando destaque ao movimento Via Campesina.



11/03/2008

Agência Senado


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