Marta Suplicy destaca avanços da luta das mulheres por igualdade




Ao comentar os dados do Censo 2010, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse nesta quarta-feira (16) que a luta feminina por igualdade de direitos obteve avanços nas últimas décadas, mas ressaltou que a luta é "longa e complexa" e que os resultados muitas vezes "resistem em aparecer".

A senadora disse que uma das revelações do censo é o fato de 39% dos lares serem providos unicamente por mulheres e 30% terem a mulher como co-provedora, demonstrando que em 69% das famílias a renda da mulher tem importante papel no orçamento doméstico.

- Isso mostra a complexidade de nossa luta. Ocorre que o avanço depende não só das mudanças legais e institucionais, mas também de transformações sociais e culturais. E hoje, devido ao grau de globalização que vivemos, essa transformação deve ocorrer na esfera mundial - afirmou.

Marta relatou sua participação em uma série de conferências na ONU, por ocasião da 66ª sessão de sua Assembleia Geral, especialmente as conferências da Comissão de Direitos Humanos sobre o fortalecimento do papel da mulher e sobre políticas contra violência e discriminação de gênero. Ela disse que, pelos relatos que ouviu, ocorreram avanços desde a última Conferência Mundial sobre a Mulher da ONU, em 1995, ainda que em ritmo aquém do desejado.

- Fiquei impressionada como algumas nações, inseridas em realidades culturais e históricas mais distintas, têm avançado nesse tema. Países inclusive que, até por questões religiosas, teriam resistência em conferir um status de igualdade às mulheres na sociedade. O Relatório da ONU de Progresso das Mulheres e o Relatório do Banco Mundial sobre Igualdade de Gêneros mostram que 139 nações têm leis que garantem a igualdade de gêneros, sendo 117 com leis específicas proibindo discriminação salarial - salientou.

A senadora ainda observou que um recente levantamento do Fórum Econômico Mundial mostrou que o Brasil piorou no ranking de desigualdade de sexos. Para Marta, isso aconteceu em grande parte devido a uma melhora de outros países, mas ela alertou para necessidade de intensificar esforços para "não ficarmos para trás".



16/11/2011

Agência Senado


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