Parlamentares brasileiros podem voltar ainda hoje da Antártida



Em missão na Antártida a convite da Marinha do Brasil, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) espera sair do continente e retornar ao Brasil ainda nesta quarta-feira (30). Apesar da melhora do tempo, uma pane no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) escalado para transportar a comitiva de 22 pessoas, incluindo o senador e 12 deputados, voltou a atrasar a viagem.

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Casagrande falou à Agência Senado por telefone, por volta das 13h20, e admitiu que a demora começava a provocar certa ansiedade no grupo, embora todos apostassem na saída do continente ainda nesta quarta-feira (30). A delegação saiu do Brasil na terça-feira passada (22), com previsão de voltar na última sexta-feira (25).

A primeira dificuldade enfrentada foram as más condições do tempo, o que impediu a decolagem da aeronave da cidade de Punta Arenas, no Chile, até a base (Presidente Eduardo Frei) mantida por esse país na Antártida. Depois, o avião da FAB sofreu um pane, já contornada no momento da entrevista, segundo Renato Casagrande.

O parlamentar avaliou de forma positiva a missão cumprida no continente. Conforme adiantou, a viagem reforçou suas convicções sobre a validade do programa brasileiro na Antártica (ProAntar). Em 2007, o governo federal destinou R$ 8 milhões para pesquisas na Antártida, onde o país tem uma estação de trabalho junto à base que mantém no continente desde 1982.

- Pudemos consolidar a visão sobre a importância do programa e sobre a necessidade de maior apoio às atividades - disse.

Renato Casagrande afirmou que a delegação fez o melhor aproveitamento possível da viagem. Usou, inclusive, esse atraso no retorno ao Brasil para visitar bases de outros países no continente, como a do Chile, onde o grupo está abrigado agora, do Uruguai, da Rússia e da China.

O senador ficou impressionado ainda com o elevado volume de investimentos do governo chinês na Antártida, onde estão sendo aplicados, como informou, cerca de US$ 100 milhões. O parlamentar avalia que esse cenário revela indícios de fortes interesses econômicos desse país na região, sobretudo na área mineral. Até 2047, pelo menos, o Tratado da Antártica impede os países signatários de promoveram ações econômicas no continente, autorizando apenas pesquisas compartilhadas.

- Em termos de trabalho acadêmico, no entanto, o Brasil não tem nada a perder na comparação com os demais países - acredita.

Renato Casagrande também rebateu críticas à missão parlamentar na Antártida - veiculadas nos meios de comunicação após o anúncio do atraso na volta da comitiva brasileira -, algumas atribuindo caráter turístico à programação.

- A Antártida não é lugar para ninguém fazer turismo - sustentou.

Como os políticos estariam com a imagem desgastada perante a opinião pública, o senador pelo Espírito Santo admite que surjam críticas desse tipo. Mas observa que esses comentários não podem ser levados em consideração pelos que se dispõem a trabalhar com seriedade, pois, se isso acontecer, eles "não vão fazer mais nada".

O deputado Fábio Ramalho (PV-MG) também confirmou à Agência Senado a ansiedade do grupo por voltar ao Brasil. Em relação às críticas à viagem, considerou ser importante para o Poder Legislativo avaliar se o programa "é mesmo prioritário para o Brasil".



30/01/2008

Agência Senado


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