Parlamentares debatem comércio exterior nos EUA



O senador Amir Lando (PMDB-RO) estará em Washington (EUA) a partir desta quarta-feira (5) até a próxima sexta-feira (7), como representante da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, para debater o acordo de criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e outros protocolos relativos a interesses dos países do Cone Sul. Os debates serão promovidos por uma organização não governamental voltada para a melhoria do relacionamento entre o congresso norte-americano e os parlamentos dos países membros do Mercosul - o Center for Strategic and International Studies.

O presidente da Comissão do Mercosul, senador Roberto Requião (PMDB-PR), não estará na comitiva, mas participou, nos dias 16 e 17 de maio, de reunião com representantes dos Parlamentos Europeu, Andino, Centro-Americano e Latino-Americano, em Madri, Espanha, onde defendeu uma condução satisfatória para as negociações entre o Mercosul e a União Européia, com vistas a um acordo comercial entre os dois blocos. Requião considera que os parlamentos regionais têm papel de destaque nessas negociações.

Em Washington, os parlamentares levarão as posições defendidas na Comissão do Mercosul. De acordo com um relatório distribuído por Requião, a Alca corre o risco de não dar certo porque, no prazo de seis meses, foi atropelada duas vezes pelo Congresso dos Estados Unidos. Em dezembro passado, a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou a criação da Agência para Promoção do Comércio (Trade Promotion Authority - TPA) daquele país. No entanto, segundo Requião, houve uma ressalva atingindo mais de 300 produtos sobre os quais o presidente George W. Bush não poderia firmar acordos condicionados apenas à permissão do Congresso. E, em 15 de maio último, observou o senador, o Senado americano restringiu ainda mais os poderes presidenciais em matéria de comércio exterior, ao restabelecer que todos os acordos nesse campo que ameacem os setores produtivos americanos podem ser modificados pelo Congresso dos EUA.

No documento, Requião critica a falta de pesquisa a respeito das origens da reação do Congresso daquele país às repetidas propostas de maior independência do Poder Executivo dos EUA em matéria de comércio exterior.

- Para o povo norte-americano e suas elites governantes, defender o protecionismo comercial, interna e externamente, há duzentos anos, significa defender a qualidade de vida desfrutada por grande parte dos seus cidadãos, ou melhor, é defender o próprio direito à vida - analisa Requião.

O senador conclui que é equivocado o tratamento dado pela mídia, inclusive por correspondentes sediados em Washington, e também pelas autoridades do governo brasileiro, às transações de comércio exterior.

Além de Amir Lando, integram a comitiva que vai a Washington os deputados Feu Rosa (PSDB-ES), Paulo Gouvêa (PFL-SC), Celso Russomano (PPB-SP) e Osmar Serraglio (PMDB-PR).



04/06/2002

Agência Senado


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