Parlamentares veem retrocesso no atendimento à mulher



Os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher em São Paulo foram marcados por denúncias de retrocesso nos equipamentos públicos de atendimento à mulher. Entre os problemas apontados estão a falta de defensores públicos no interior do estado, o atendimento inadequado das delegacias especializadas às mulheres, a dificuldade de manutenção dos centros de referência, a falta de uma coordenadoria estadual de atendimento à mulher, poucas varas especializadas e problemas na elaboração dos inquéritos.

Parte dos trabalhos foi dedicada a ouvir representantes dos movimentos sociais, que apresentaram denúncias de tratamento inadequado por parte de delegadas e de juízes com relação a casos de violência no estado.

- Temos muitas providências a tomar e muitos documentos a analisar. São Paulo nos apresentou várias denúncias importantes - disse a senadora Ana Rita (PT-ES), relatora da CPMI.

Na quinta-feira (28), a relatora, acompanhada da presidente da CPI, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) e das deputadas Keiko Ota (PSB-SP), Janeta Pietá (PT-SP) e Aline Corrêa (PP-SP), visitaram vara especializada em São Paulo, onde tiveram acesso aos números sobre a violência contra a mulher e sobre os processos ligados à Lei Maria da Penha em São Paulo.

O grupo também foi à Delegacia Especializada da Mulher, no Centro da Capital, a única que funciona 24 horas no estado – São Paulo tem outras 128 unidades, nenhuma delas funcionando à noite ou nos finais de semana. Denúncias que chegaram às parlamentares dão conta de que várias delegacias foram fechadas por falta de funcionários.

A CPI também esteve com o governador Geraldo Alckmin e a secretária de Justiça de São Paulo, Eloisa de Sousa Arruda. Na ocasião, foram solicitados ao governador mais recursos para o enfrentamento da violência contra as mulheres, além da criação de uma rede para integrar os dados dos diversos órgãos envolvidos com o combate à violência contra a mulher. As parlamentares também pediram a criação de uma secretaria estadual da mulher.

O governador se comprometeu a atender as demandas e disse que criará em breve a coordenadoria da mulher, ligada à Secretaria de Justiça do Estado.

- A visita ao governador foi importante pelo compromisso assumido em realizar estudos para ampliação das delegacias da mulher e o funcionamento de plantão 24 horas – disse Ana Rita.

Nesta sexta-feira (29) foi realizada audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Da Redação, com informações da assessoria de imprensa da senadora Ana Rita.



29/06/2012

Agência Senado


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