Parlamentares visitaram Universidade de Brasília, palco de possível crime racial



Os senadores Paulo Paim (PT-RS), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) e Cristovam Buarque (PDT-DF) visitaram a Universidade de Brasília (UnB), na tarde desta quinta-feira (29), para prestarem solidariedade à instituição pelo possível crime racial praticado na madrugada de quarta-feira (28), quando pessoas ainda não-identificadas atearam fogo nas portas de quatro apartamentos da Casa do Estudante Universitário (CEU) onde residem estudantes de intercâmbio de países africanos.

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Os senadores, os deputados federais Vieira da Cunha (PDT-RS), Janete Pietá (PT-SP) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e representantes da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ligada à Presidência da República, reuniram-se na Reitoria da UnB com o reitor da instituição, Timothy Mulholland.

Após o encontro, Paim anunciou a realização, na próxima terça-feira (3), às 14h no Senado, de uma audiência pública no âmbito da Comissão de Direitos Humanos (CDH) para discutir o crime com representantes dos três Poderes e da UnB. Paim adiantou que vai convidar para a audiência o ministro da Justiça, Tarso Genro e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

O reitor comunicou que a universidade, em virtude do crime, instituiu o dia 28 de março como o Dia da Igualdade Racial da UnB. Mulholland explicou também que já foi aberto processo administrativo para investigar o caso, que também está sendo investigado em inquérito aberto pela Polícia Federal (PF). Para o reitor, a punição aos criminosos "deve ser exemplar" por se tratar de "um crime abominável". Paim disse que o atentado "fere de maneira hedionda os direitos humanos".

Também presente à reunião, a policial federal Valkíria Teixeira de Andrade informou que, além do crime racial, o delito poderá ter dois agravantes: crime contra o patrimônio público e crime contra residência. De acordo com a policial, já existem dois suspeitos e oito pessoas já foram convidadas a depor, inicialmente como testemunhas.

Paim ressaltou também que não se trata de um fato isolado na UnB, pois fatos similares acontecem por todos o país contra negros e índios. Ele citou dois casos recentes: residências de parlamentares negros apedrejadas e três embaixadores de países africanos vítimas de preconceito racial em um hotel de luxo em Brasília. Mesquita Júnior e Cristovam também abominaram o crime na UnB, fruto de "intolerância e preconceito", disse Mesquita Júnior.

- A UnB está em estado de choque - resumiu uma funcionária da reitoria da UnB.



29/03/2007

Agência Senado


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