Parte da receita de 2004 ainda depende de decisões do Congresso



As negociações com o Congresso Nacional vão ser fundamentais para que o governo consiga realizar as receitas projetadas para 2004. O projeto de lei orçamentária encaminhado pelo Executivo, nesta quinta-feira (28), prevê um volume de receitas condicionadas de R$ 30,2 bilhões. Ou seja, trata-se de uma arrecadação que ainda depende de decisões a serem aprovadas pelos parlamentares.

O governo incluiu os efeitos das duas propostas de emenda constitucional. A da reforma tributária deve garantir mais R$ 20,7 bilhões com a manutenção da alíquota da Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF) e outros R$ 4,4 bilhões da tributação de bens e serviços importados para dar competitividade equivalente aos produtos e serviços nacionais. E a da Previdência deve render mais R$ 3,2 bilhões.

Também estão previstas mudanças no Imposto de Renda, como a permanência da alíquota de 27,5% para as pessoas físicas. O valor estimado com esse aumento do Imposto de Renda é de R$ 1,9 bilhão. O resultado da receita condicionada, anunciado pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega mostra, na avaliação de técnicos da área orçamentária, um aumento desproporcional com o que foi projetado pelo governo Fernando Henrique Cardoso para 2003, de apenas R$ 1,1 bilhão, obtido com a manutenção da alíquota de 9% da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

A proposta orçamentária para 2004 aumenta os gastos do governo com a área social. As despesas previstas são de R$ 42,371 bilhões com o custeio e o investimento dos órgãos federais da área social, maiores portanto que os R$ 35,3 bilhões programados para este ano. Os programas de transferência direta de renda devem subir dos R$ 4,3 bilhões deste ano para R$ 5,35 bilhões em 2004, configurando a maior parte do Fome Zero que irá receber outros R$ 400 milhões para ações específicas.

Os investimentos do governo federal em infra-estrutura continuarão minguados, com uma previsão de R$ 7,109 bilhões. E deverão ser complementados pelo orçamento de investimentos das estatais previsto em R$ 24,6 bilhões. Os gastos com pessoal e encargos sociais terão aumento de R$ 5,4 bilhões, incluindo o reajuste do funcionalismo, reestruturação de carreiras e a contratação por concursos públicos. Mantega não quis revelar qual a previsão de aumento do salário mínimo previsto no orçamento e afirmou que o governo programou recursos para assentar 60 mil famílias no próximo ano.



28/08/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


CPI da Navalha ainda depende de duas assinaturas

Votação de MPs que trancam pauta ainda depende de negociações

Aprovação do Estatuto da Juventude ainda depende de acordo

Receita libera na sexta-feira consulta a lote residual do IR 2004

Salário mínimo: valor ainda depende de acertos com o governo

Renegociação de dívidas de pequenos produtores depende ainda de acordo