Participação popular por telefone e internet marca debate da CRA
O serviço Alô Cidadão, que concentra o atendimento do Senado ao público, registrou 45 perguntas, comentários e sugestões enviados por e-mail, telefone e Twitter durante debate sobre a cadeia produtiva do leite, promovido pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) nesta sexta-feira (26). Os moradores de Minas Gerais foram os mais interessados no assunto: 31% das participações vieram do estado. A região Sudeste, aliás, foi a campeã de perguntas, somando 67% das participações.
Os homens demonstraram mais interesse sobre a produção e distribuição do leite. Eles foram 87% dos participantes. Cerca de um terço dos cidadãos que fizeram contato por meio do Alô Senado tinham de 40 a 49 anos, e os maiores de 50 anos eram quase 47% do total.
A equipe do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), presidente da CRA, também recolheu depoimentos de fazendeiros de Rondônia na forma de vídeos enviados por meio da internet.
Um dos filmes foi feito com o produtor rural Nicácio de Brito. Ele contou que o preço do leite é muito baixo para o produtor e perguntou o que poderia ser feito para melhorar a situação. A mesma pergunta foi feita por Leonardo Justino Brito, de Doverlândia (GO), de apenas 15 anos. Leonardo disse que ajuda o avô na produção de leite e reclamou que o valor que recebe das grandes indústrias compradoras é muito baixo.
O senador Acir Gurgacz cobrou maior apoio do governo para o pequeno produtor de leite e lembrou que a formação de cooperativas pode dar força aos pequenos produtores para debater questões importantes e negociar o preço do produto.
Gustavo Beduschi, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), sugeriu que os produtores organizem um pedido junto ao Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para fazer levantamento de preço nas várias regiões de Rondônia, o que pode ajudar na negociação do preço do leite.
Antonio Carlos Machado, do Rio de Janeiro, enviou e-mail para lembrar a importância de os produtores de leite se preocuparem com a preservação do meio ambiente. Ele ainda reclamou que produtos exportados têm mais qualidade que aqueles destinados ao mercado interno e sugeriu ao governo eliminar a classificação do leite como A, B ou C, desde que se garanta qualidade a todos os tipos de leite.
O coordenador-geral de inspeção de leite do Mapa, Március Ribeiro de Freitas, no entanto, frisou que a qualidade do produto ofertado ao mercado interno é a mesma dos produtos exportados. Segundo ele, a intenção do governo é garantir qualidade semelhante à do leite A para todos os leites oferecidos no mercado.
Outros cidadãos que entraram em contato cobraram mais assistência técnica para produtores de leite e reclamaram do custo dos financiamentos e da alta carga tributária para o produto, o que reduziria as margens de lucro e aumentaria o preço para o consumidor final.
27/05/2011
Agência Senado
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