Patrocínio alerta para a "emigração de cérebros"



O Brasil já é o maior exportador de QIs da América Latina e o segundo do ranking mundial, denunciou nesta sexta-feira (dia 17) o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO), citando pesquisa do professor Antonio Carlos Pereira Jr., da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre as causas para a emigração de intelectuais, o senador enumerou a falta de investimentos, a estagnação do crescimento e a redução dos recursos das universidades públicas.

O senador manifestou o seu temor de que, ao não investir em pesquisa científica básica, permitindo o êxodo de profissionais de talento, o Brasil se torne "uma nação de apertadores de botões, formando apenas técnicos que irão operar as máquinas vendidas pelos grandes centros do conhecimento".

Na avaliação de Patrocínio, o governo terá que adotar política eficaz de retenção desses profissionais, envolvendo órgãos de fomento, universidades e empresas e criando condições para o desenvolvimento da pesquisa no país. Ele ressaltou que o Brasil pode sofrer problemas graves devido à falta de investimento em pesquisas, como o descompasso tecnológico em relação ao exterior.

Patrocínio lembrou que os fundos setoriais, criados com as privatizações nas áreas de energia elétrica e telecomunicações deverão injetar, já a partir deste ano, cerca de R$ 1,2 bilhão nos programas de pesquisa e desenvolvimento científico, o que "representa uma luz no fim do túnel". A alocação de mais recursos para a pesquisa, perspectivas de progresso e melhores salários para os cientistas e o estímulo à integração escola-empresa são essenciais para a retenção de cientistas no país, afirmou Patrocínio.

O senador observou, no entanto que, sem a melhoria da qualidade de vida em geral, nenhum programa vai fazer com que um jovem bem preparado troque boas oportunidades no exterior por um emprego no Brasil. Ao lado do incentivo à pesquisa, defendeu o senador, é preciso melhorar a qualidade de vida e criar horizontes, o que exige "um verdadeiro mutirão nacional" entre governo, universidades, empresas e agências de fomento.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) defendeu a descentralização do saber, no Brasil, com a criação de pólos regionais de pesquisa, que permitiriam o avanço da tecnologia em outras regiões.

17/08/2001

Agência Senado


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