Patrocínio defende discussão serena sobre fidelidade partidária



O senador Carlos Patrocínio (PTB-TO) manifestou sua perplexidade diante da ênfase com que tantos clamam pela imediata imposição da fidelidade partidária. Ele disse concordar que a troca de legendas constitua "um espetáculo lastimável" no Brasil, mas alertou para o fato de o país estar envolto em crises sucessivas, o que deve impor cautelas para que o debate ocorra com serenidade.

Patrocínio lembrou que a fidelidade partidária foi imposta aos partidos pelo regime militar e terminou sendo estigmatizada como inconstitucional por juristas e pela mídia. Parlamentares que louvaram a fidelidade, como Paulo Maluf, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, recordou o se andor, acabaram por combatê-la com vigor. "Este é um convite à reflexão", afirmou.

O senador disse que preferir a expressão "lealdade partidária" à usual fidelidade. Para ele, o ponto de partida para a melhoria da situação da política brasileira está na elaboração de lei determinando que as agremiações partidárias sejam éticas e democráticas, impedindo desvirtuamento que torne os partidos propriedade de uma minoria.

Para Patrocínio, o combate à infidelidade partidária pode resultar em dano maior para a democracia. Na sua avaliação, a correção de comportamento terá que ser alcançada dentro dos próprios partidos, em suas bancadas e no relacionamento com os demais poderes, especialmente com o Executivo, onde, segundo ele, se originam muitos dos males que atingem o Legislativo.

O senador disse acreditar que é do relacionamento entre os poderes que depende, de forma substancial, o respeito à ética, "sem a qual a política se corrompe e de desqualifica perante a Nação".

05/11/2001

Agência Senado


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