PATROCÍNIO DEFENDE SEMINÁRIO SOBRE MANIPULAÇÕES GENÉTICAS
Os avanços registrados pelas pesquisas genéticas, particularmente na produção de réplicas de animais - a clonagem -, têm sido acompanhados por controvérsias que, na opinião do senador Carlos Patrocínio (PFL-TO), justificam a realização de um seminário sobre manipulações genéticas, conforme proposta do senador Leomar Quintanilha (PPB-TO). O seminário contaria com a participação de representantes do Executivo, do Judiciário, da comunidade científica brasileira e da sociedade civil.- O seminário permitirá a esta Casa canalizar o interesse público para uma adequada avaliação da matéria, o que certamente contribuirá para a formação, tanto entre a opinião pública brasileira quanto entre o conjunto dos senadores, de um juízo sobre a necessidade e a oportunidade de ação legislativa sobre o tema - defendeu Patrocínio, que apresentou parecer favorável à proposta quando de sua apreciação pela Mesa.As primeiras experiências de clonagem de animais levaram a Organização Mundial de Saúde, em março de 1997, a lamentar a inexistência de qualquer código de ética sobre a questão e a propor que o tema seja discutido internacionalmente, para a adoção de normas de segurança adequadas, afirmou o senador. As pesquisas desenvolvidas pela Universidade de Massachusetts, exemplificou Patrocínio, destinam-se à criação de rebanhos de vacas cujo leite contenha genes de substâncias que combatam grande número de doenças - como diabetes, males neurológicos, degenerativos e hemofilia. Por outro lado, há os que vêem na clonagem as suas potencialidades comerciais, observou. Mesmo no primeiro caso, "especialistas têm alertado para o risco de transmissão de novas doenças para seres humanos", ponderou.Nos Estados Unidos, acrescentou o senador, o presidente Bill Clinton proibiu o uso de recursos federais na clonagem de seres humanos e formou uma comissão de ética para estudar o assunto. Embora o Congresso americano ainda não tenha aprovado uma lei federal proibindo tais experiências, em muitos estados americanos já tramitam projetos sobre o assunto, disse.No Brasil, Carlos Patrocínio salientou que os estudos avançam na área de biotecnologia, desenvolvidos na Universidade de Campinas, mas também ainda não há legislação específica, daí a proposta de Quintanilha vir "em boa hora".
07/12/1998
Agência Senado
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