PATROCÍNIO QUER MAIOR CONTROLE SOBRE REGISTRO E PORTE DE ARMAS
Ao fazer pronunciamento sobre a violência que vem crescendo nas escolas e universidades brasileiras, o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) defendeu maior rigor no registro e porte de arma de fogo e sugeriu uma reflexão maior sobre as razões e as conseqüências dos "trotes" a que os "calouros" são submetidos quando ingressam nas universidades.- As escolas, antes garantia de segurança, são, hoje em dia, causa de preocupação para os pais. É óbvio, também, que a aprendizagem e o rendimento escolar não se mantêm em níveis satisfatórios em um ambiente onde o medo impera - comentou Carlos Patrocínio.Para Carlos Patrocínio, as facilidades existentes para o comércio de armas e munições podem atuar de forma negativa sobre pessoas com maior grau de descontrole emocional, especialmente crianças e adolescentes. Ele citou como exemplo os vários casos de violência praticados nos Estados Unidos, cuja sociedade vive um clima de "horror".O senador por Tocantins registrou que apesar do Brasil não estar oficialmente em guerra, muitas pessoas estão morrendo intencionalmente ou vítimas de balas perdidas. Por este motivo, Carlos Patrocínio sugeriu que as ocupações relativas ao setor de armamentos sejam reestruturadas ou redirecionadas. Com isto, ele acredita que aumentará a segurança não apenas nas escolas, mas em todos os setores da sociedade.Sobre os "trotes", Carlos Patrocínio disse que apesar de algumas pessoas alegarem que esta é uma brincadeira própria da juventude e uma tradição universitária, na verdade o que se vê são os "calouros" sendo privados de dois direitos constitucionais: o de que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, e o de que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.- Se os estudantes desejam manter o "trote" como tradição, que o façam de modo sensato e cordial, sob a forma de comemorações sadias ou de prestação de serviços à comunidade. Serão, nesse caso, dignos de elogios - sugeriu Carlos Patrocínio. APARTESEm aparte, o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) defendeu a extinção definitiva dos "trotes" nas universidades. Ele informou que no Acre, a prática de causar constrangimento físico e moral aos novos alunos foi substituída por uma festa de congraçamento entre alunos novos e antigos. Já o senador Luiz Estevão sugeriu que o "trote" se transformasse em atividades de prestação de serviços comunitários ou doação de sangue.Para o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO), é importante alertar e mobilizar a sociedade e todas as autoridades para combater o uso indiscriminado de armas por pessoas que não tem noção do risco que causam a si próprias e a outras. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) ressaltou que a programação das emissoras de televisão também influenciam no crescimento da violência entre crianças e adolescentes.
05/05/1999
Agência Senado
Artigos Relacionados
PATROCÍNIO QUER LEI PARA PORTE DE ARMAS QUE POSSA SER CUMPRIDA
Camata apóia controle de armas, mas quer maior fiscalização
César Borges quer plebiscito sobre porte de armas
Valadares quer proibir o porte de armas em ônibus
Valadares quer proibir porte de armas em ônibus
CRE analisa projetos sobre porte de armas de fogo