PATROCÍNIO QUER QUE SOCIEDADE APÓIE A LUTA CONTRA A MISÉRIA



A proposta de combate à pobreza apresentada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Antonio Carlos Magalhães, poderá erradicar a miséria em uma década, desde que sejam alocados recursos para o setor e a sociedade se engaje efetivamente na concretização do programa, previu o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO). Para ele, além disso, o governo deve propor medidas que favoreçam as populações carentes, como a reforma agrária e a geração de empregos.- A iniciativa do senador Antonio Carlos representa uma ofensiva enérgica e corajosa contra a presença da miséria no país - disse. Carlos Patrocínio considerou que é chegado o momento de se abrir uma frente de luta especial contra a pobreza, com a criação de ações e a multiplicação de programas hoje existentes que atendem aos menos favorecidos, envolvendo nutrição, habitação, educação, saúde e reforço de renda familiar.No entender do senador, o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, proposto pelo presidente do Senado, deve caminhar junto com experiências bem-sucedidas na luta contra a miséria organizadas pela iniciativa privada, entidades religiosas e poder público. Como exemplo, citou o programa "Pioneiros-Mirins", adotado em seu estado, o Tocantins, que beneficia cerca de 30 mil crianças. Em aparte, o senador Romero Jucá (PSDB-RR) manifestou sua convicção de que o Orçamento Geral da União é o caminho natural para que sejam destinados recursos à área social, cabendo à Comissão Mista de Orçamento "transformar em realidade e verbas" as decisões tomadas pelo Congresso no combate à pobreza. Sobre essa intervenção de Jucá, Patrocínio expressou seu entendimento de que o Orçamento Geral da União é apenas uma peça autorizativa, cabendo ao governo executar ou não as deliberações do Congresso. Em outro aparte, o primeiro vice-presidente do Senado, Geraldo Melo (PSDB-RN), disse ser preciso que se acabe "com essa hipocrisia", porque o Orçamento não apenas autoriza, como também fixa despesas. - O bolo já cresceu o bastante para ser repartido entre a população menos favorecida. Não podemos mais conviver com milhões de miseráveis - declarou .Também em aparte, o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) afirmou que somente com a mudança da atual política econômica o país poderá, realmente, erradicar a miséria.Ao final de seu pronunciamento, Patrocínio informou que as mais recentes estatísticas indicam a existência de 40 milhões de pobres no país. E disse que o mero desenvolvimento econômico não é suficiente para resolver as situações de pobreza extrema e de exclusão social existentes no Brasil.

26/08/1999

Agência Senado


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