Paulinho denuncia complô pró-Serra







Paulinho denuncia complô pró-Serra
Presidente da Força Sindical divulga documento com supostos planos para auxiliar candidatura do Ministro da Saúde
A Força Sindical afirma ter fortes indicações de que há uma articulação do governo federal para prejudicar os principais adversários da possível candidatura do ministro da Saúde, José Serra, à Presidência da República. O presidente da central sindical, Paulo José da Silva, o Paulinho, recebeu, segundo ele, documento de uma pessoa que foi convidada a participar do esquema. O papel - sem qualquer timbre - informa que ''essa complexa e competente operação foi maquinada pelo próprio Serra, com o indispensável apoio operacional de Andréa Matarazzo (ministro demissionário da Comunicação de Governo), um assessor do ministro, Aluizio Torrecillas, e os diretores de atendimento da DM9DDB, agência de Serra no Ministério da Saúde, encarregados do jogo sujo de Serra junto com uma grande agência de assessoria de imprensa de São Paulo, dona de muitas contas no governo federal''.

O documento informa que, ''na engenharia da candidatura Serra, o Ciro (Gomes, candidato do PPS) é um complicador, tanto quanto o Tasso (Jereissati, governador tucano do Ceará)'', e lista uma série de acontecimentos políticos que teriam sido tramados pelos interessados em limpar o caminho para Serra. Para os defensores da candidatura do ministro, segundo a denúncia recebida por Paulinho, ''depois de nocautear Tasso com uma CPI na Assembléia Legislativa em que ele perdeu a maioria absoluta de um dia para o outro, agora é a vez de Ciro''. Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, também seria alvo de manobras.

Ações - Diversas ações para enfraquecer Ciro estão listadas no relatório: ''Oferecer um ministério ao (senador José) Fogaça para ele não ir para o PPS no Rio Grande do Sul. Falhou''; ''exigir que o Daniel Dantas (banqueiro, dono do Opportunity) evitasse que o Antonio Britto seguisse o mesmo caminho. O Daniel, atual patrão de Britto (Brasil Telecom), bem que tentou. Falhou''; ''tirar Paulo Hartung (ES), líder do PPS no Senado. Deu certo. Intervieram no PSDB-ES, puseram o governador José Ignácio para correr e entregaram a legenda a Hartung, que lá deixou (no PSDB) amigos fiéis.''

O documento afirma ainda que será oferecida ao proprietário da rede de TV CNT, o petebista (partido que apóia Ciro) José Carlos Martinez, a transferência de um canal de TV para sua rede em São Paulo. A proposta, segundo a denúncia, ''será feita via (ministro) Pimenta da Veiga e de um assessor da área, Paulo Menicucci''.
O presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR), disse que vem reivindicando um canal de TV em São Paulo, mas nega ter recebido proposta para retirar o apoio à candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. ''Estou com Ciro, com ou sem canal'', disse. Ele afirmou que Paulinho já o havia alertado sobre as denúncias. ''O meu contato no governo tem sido o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações)'', afirmou. ''Ele não teria interesse de articular essas coisas e mesmo que tivesse jamais me faria tal proposta.''

FAT - Depois de ''bater na Força Sindical'', como aponta o documento recebido por Paulinho, a meta seria ''criar condições de apontar irregularidades no FAT, inclusive na CUT, CGT e SDS, tirando da prateleira um pedido de CPI para tais irregularidades que está na Câmara dos Deputados''.
Está em curso outra série de ações para dificultar a candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva, o favorito dos eleitores. Uma delas seria ''deixar mal o PL, atual partido de (Luiz Antonio) Medeiros, no momento em que aquela legenda caminha em direção ao PT e à candidatura Lula. Cria um embaraço para o partido, que daria uma coloração de centro na aliança do Lula, mais o apoio do Bispo Macedo e da Igreja Universal do Reino de Deus, muito ligada à legenda''.

Ainda em relação ao PL, ''está programada uma denúncia contra o senador José de Alencar (PL-MG). O pessoal do Andrea Matarazzo já foi até Caratinga (MG) coletar maiores informações'' sobre a vida pessoal do senador, cotado para ser vice na chapa liderada pelo petista. Além disso, devem voltar as denúncias contra Lula, principalmente as relacionadas às suas ligações com o empresário Roberto Teixeira. Ciro Gomes não quis falar sobre o assunto. Os ministros José Serra não deu retorno às ligações.


CPI do FAT pode acabar em crise
BRASÍLIA - O líder do governo no Congresso, deputado Artur Virgílio (PSDB-AM), causou uma crise ontem, ao anunciar que vai pedir uma CPI para investigar a distribuição de verbas do Ministério do Trabalho para as centrais sindicais. Transformado em alvo da investigação, o ministro Francisco Dornelles falou de Otawa, no, no Canadá, onde está participando de uma reunião internacional de ministros do Trabalho. Dornelles não quis comentar as denúncias divulgadas pelo presidente da Força Sindical. Não escondeu, entretanto, sua surpresa diante da atitude do deputado tucano Arthur Virgílio, de propor a instalação de uma CPI para investigar a distribuição de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Dornelles estranhou que a iniciativa do líder do governo na Câmara, ''anunciada um dia depois que me ausentei do país, em missão oficial''. Hoje, por ordem sua, o Ministério do Trabalho está publicando nota oficial em jornais de várias capitais defendendo a lisura das ações do FAT.

O FAT é o principal programa do Ministério do Trabalho e as centrais sindicais estão entre as entidades que mais recebem recursos. As verbas devem ser aplicadas em cursos de formação profissional. Virgílio bateu forte no programa. ''O dinheiro do trabalhador está indo para o ralo. Precisamos descobrir quem são os responsáveis'', disse o deputado, usando um discurso quase petista. O Ministério do Trabalho é contra a investigação. Na nota oficial, Dornelles diz que já existem canais apropriados para a fiscalização dos recursos utilizados no Planfor. ''O MTE confia plenamente no trabalho desenvolvido pelas Centrais Sindicais - nas áreas de qualificação profissional e intermediação de mão-de-obra, e reafirma seu grande interesse em intensificar e ampliar as parcerias com essas entidades'', diz.

Segundo a nota do ministério, ''todas as deliberações e recomendações do TCU, decorrentes de auditorias realizadas em 2000, referentes ao exercício de 1999, foram plenamente acatadas e incorporadas ao Programa'', referindo-se ao Planfor.
O mote para o assunto retornar à ordem do dia, segundo Artur Virgílio, seriam as denúncias que envolvem o deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP) em um esquema de desvio de recursos do Instituto Brasileiro de Estudos Sindicais (Ibes), o embrião da criação da Força Sindical. A criação de uma CPI sobre o FAT é uma idéia antiga de Virgílio. Líder do governo, ele sempre utilizou essa proposta como forma de pressionar a oposição. Dessa vez, atingiu o próprio governo. Mesmo assim, espera aprovar a instalação da CPI até o final do mês. ''Poder ser uma CPI mista ou apenas na Câmara'', sugeriu.

Uma investigação de tal natureza pode ser um palanque contra o PT, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical. Isso porque há denúncias de que o deputado petista Pedro Celso (DF) teria cobrado propinas para contratar entidades para a qualificação de trabalhadores durante o governo de Cristóvam Buarque, entre 1995 e 1998, no Distrito Federal. Mas políticos governistas não escapariam da investigação. Em Brasília, o deputado Wigberto Tartuce (PPB) se envolveu nas mesmas denúncias. Wigão, como é conhecido, foi secretário do Trabalho do governo Joaquim Roriz (PMDB) e acabou condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver R$ 12 milhões.

O Ministério do Trabalho promove parcerias, sem intermediação das secretarias estaduais, com as entidades que reúnem sin dicatos, como a CUT e a Força Sindical, dentro do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador (Planfor). As entidades, inclusive, têm assento no Conselho Deliberativo do FAT (Codefat). Neste ano, o governo já repassou R$ 43,8 milhões à Força Sindical e R$ 38,4 milhões à CUT.
Artur Virgílio diz ter comunicado ao presidente Fernando Henrique Cardoso sua disposição de levantar o assunto. ''Ele agradeceu o telefonema e anuiu'', diz. Artur Virgílio também se incumbiu ontem de avisar ao secretário-executivo do ministério do Trabalho, Paulo Jobim, durante o almoço.


Tasso, Roseana e Jarbas selam pacto
Governadores desistem de prévia e assumem compromisso de não disputar entre si candidatura à sucessão presidencial

BRASÍLIA - Os governadores Tasso Jereissati (PSDB), do Ceará, Jarbas Vasconcelos (PMDB), de Pernambuco, e Roseana Sarney (PFL), do Maranhão, decidiram agir em conjunto na sucessão presidencial. Os três são pré-candidatos, mas vêm sendo tratados como coadjuvantes diante do favoritismo do ministro da Saúde, José Serra, à indicação de candidato do governo. Reunidos em almoço, eles praticamente desistiram de participar de prévias e assumiram o compromisso de não disputar entre si.
Tasso, Jarbas e Roseana defendem a manutenção da aliança governista nas eleições de 2002. O candidato, para eles, deve ser quem obtiver o consenso dos partidos que apóia o presidente Fernando Henrique Cardoso. Os três governadores concordaram que, para haver acordo, o PSDB não pode impor nome para a cabeça de chapa.

Até o início da semana, eles defendiam a realização de prévias para escolha do candidato. Ontem, a proposta foi descartada pelo Palácio do Planalto. ''O assunto não está suficientemente maduro'', disse o porta-voz da Presidência da República, Georges Lamazière. Roseana e Tasso foram ao Palácio do Planalto para comunicar ao presidente Fernando Henrique o que tinham decidido com Jarbas.

Alternativa - O almoço entre os governadores foi interpretado como uma tentativa de se buscar uma alternativa ao ministro José Serra como candidato preferencial do governo. Eles disseram que só é possível acordo sem imposição de nomes. Serra reagiu à insinuação de que seu nome é imposto. ''Isso é um tititi que não tem cabimento. Estamos a um ano da eleição, não faz sentido falar disso agora'', afirmou.
Tasso ironizou, depois, a reação de Serra: ''Ele deve estar irritado com o pó branco da Lufthansa''. O Ministério da Saúde gastou dois dias investigando o pó branco encontrado no avião da empresa aérea alemã, suspeitando que contivesse a bactéria causadora do antraz.

Itamar - A presença de Jarbas num almoço com Tasso e Roseana pode ser o indício de que a ala governista do PMDB começa a abandonar a tese da candidatura própria. O peemedebista minimizou o obstáculo ao acordo representado pelo governador de Minas Gerais, Itamar Franco, que já se lançou candidato pelo partido. ''Itamar eu derroto de todo jeito. Já foi um tanto estranho ele ter ficado no partido'', afirmou.
Tasso foi o principal responsável pela derrubada da proposta das prévias. Alegou que seria impossível ouvir os filiados do PSDB, do PMDB e do PFL antes das eleições. ''Prévias seriam a solução mais democrática, mas é muito difícil de operacionalizar. Praticamente, seria uma campanha antes da campanha'', alegou.

Cabeça - Roseana e Jarbas, por sua vez, foram incisivos na necessidade de o PSDB abrir mão da cabeça de chapa. ''Temos que negociar um candidato viável. Como empurrar um tucano que não passa de 4% nas pesquisas'', perguntou o governador de Pernambuco. Jarbas reclamou das declarações do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que insistiu na importância do PSDB como titular da candidatura à presidência. ''Assim não adianta nem sentar à mesa'', disse.

O consenso entre os partidos da aliança, segundo os três governadores, seria a única forma de afastar a maior ameaça para o projeto de Fernando Henrique, a vitória do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. ''Desunidos, não iremos a lugar nenhum'', afirmou Tasso. O governador do Ceará defendeu que a escolha do candidato governista seja feita em março ou abril do ano que vem.


Lula promete guerra à fome
BRASÍLIA - Luiz Inácio Lula da Silva lançou, no auditório do Senado, o projeto Fome Zero, que deverá ser uma das bandeiras de sua candidatura à Presidência da República, em 2002. ''Temos que tratar este assunto como se estivéssemos numa época de guerra'', afirmou o presidenciável do PT, em ato que reuniu políticos do seu partido. Redigido pelo Instituto Cidadania, o projeto mistura medidas como a reforma agrária e a distribuição de cestas básicas e do cupom-alimento.

No discurso, Lula criticou o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. ''O problema da fome é mais a falta de vergonha de nosso governantes do que a falta de dinheiro'', atacou. ''O que não pode é continuar a falta de insensibilidade de quem cuida da economia deste país''. Depois de anunciar o Fome Zero, o presidenciável do PT almoçou no Hotel Nacional com governadores, prefeitos, senadores e deputados petistas.

Mandato - Embora não estabeleça prazos, o projeto prevê gasto de R$ 20 bilhões por ano para acabar com a fome de 44 milhões de brasileiros que recebem menos de um dólar por dia. ''Na pior das hipóteses, temos que estipular um período de um mandato governamental para que ele dê certo'', afirmou Lula.

Um dos coordenadores técnicos do Fome Zero, José Grazziano Silva, disse que, com R$ 10 bilhões por ano, já será possível reduzir significativamente a fome no país. Os recursos, acrescentou, já têm fontes asseguradas: o Fundo de Combate à Pobreza e o Fundo de Assistência Social. Depois de ressaltar que o governo federal gasta R$ 45 bilhões na área social, Lula disse que ''é possível redirecionar esses recursos''.

O lançamento do Fome Zero teve as presenças, também, dos senadores do PMDB Pedro Simon (RS) e Casildo Maldaner (SC). ''Sinto uma inveja cristã por não ter participado da elaboração deste programa'', disse Simon. As críticas vieram do próprio partido de Lula. O senador petista Eduardo Suplicy (SP), autor do programa de renda mínima, é contra o cupom de distribuição de alimentos. ''O cupom não confere cidadania'', afirmou.


Saque incrimina José Ignácio
BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) abriu inquérito contra o governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira, por crime contra o sistema financeiro. Segundo acusação do Ministério Público, José Ignácio recebeu de duas empreiteiras um total de R$ 2,6 milhões, dinheiro que teria sido depositado em sua conta pessoal no Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) para cobrir saques feitos na campanha eleitoral de 1998.

O governador é investigado no STJ em outro inquérito, por indícios de financiamento para a compra de imóveis em nome de sua mulher e parentes com recursos da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores da Escola Técnica Federal (Coopetefes). O presidente da cooperativa, Gabriel dos Anjos de Jesus, e o vice-governador Celso Vasconcelos também estão envolvidos no caso.
O inquérito aberto ontem tem como base diligências efetuadas por determinação da Procuradoria Geral da República. Acompanham os autos enviados ao ministro-relator, Antônio de Pádua Ribeiro, levantamentos do Banco Central sobre créditos concedidos pelo Banestes ao então candidato José Ignácio, e empréstimos às construtoras CEC e HMG, que teriam coberto o saldo devedor da conta do governador.

Segundo o Banco Central, ''foram registrados nessas operações indícios de prática, em tese, de gestão temerária pelos administradores da instituição'', crime punido pela Lei do Colarinho Branco com pena de três a 12 anos de prisão, além de multa.


Corregedora acusa ex-ministro
BRASÍLIA - A Corregedoria Geral da União responsabilizou o senador e ex-ministro Fernando Bezerra por irregularidades na aplicação de verbas federais. Segundo a corregedora Anadyr Mendonça, houve fraude no uso de recursos da extinta Sudene em favor da Metais Seridó S/A (Metasa), empresa da qual o ex-ministro da Integração Nacional foi sócio. Um relatório da corregedoria foi enviado na segunda-feira ao presidente Fernando Henrique.

A corregedoria determinou ao Ministério da Integração Nacional o cancelamento do projeto em favor da Metasa e a instauração de processo administrativo para apurar a participação de servidores públicos ou de políticos na má administração das verbas. Anadyr afirma que as medidas foram tomadas ''em razão dos veementes indícios de atos de improbidade que causam prejuízo ao erário''. Ela advertiu ainda que, se for o caso, poderá acionar a Advocacia Geral da União para decretar a indisponibilidade dos bens dos envolvidos.

Fernando Bezerra é citado várias vezes em relatório da Secretaria Federal de Controle Interno, do Ministério da Fazenda, base para que a corregedora determinasse as punições à Metasa. Foi considerada irregular uma nota fiscal com data de 28 de agosto de 1997, no valor de R$ 559 mil, apresentada pela Metasa à Sudene, como suposto comprovante de despesas na execução do projeto.
Anadyr recebeu ontem Fernando Bezerra no Palácio do Planalto. Ele apresentou parte do que deverá orientar sua defesa. ''Estou negativamente surpreso. Não acho que cometi crime algum e por isso não me sinto culpado'', disse. Bezerra acha que a corregedoria errou ao analisar as evidências.


Prova do BNDES
Nem o presidente sabe responder
A prova de seleção para engenheiros do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) propõe aos candidatos questões que nem o próprio presidente do banco, Francisco Gros, sabe responder. Um apanhado de perguntas sobre autores teóricos, com pouca aplicação prática no dia-a-dia da profissão, recheou o exame do último domingo e provocou reclamações de candidatos e polêmica. Entre os conhecimentos requisitados para os inscritos, postulados de Mintzberg e William Poole, Teorema de Gauss-Markov e

Resíduo de Solow.
Perguntado se saberia responder às questões do teste, o presidente do BNDES, Francisco Gros, respondeu que não. ''Mas não sou engenheiro. Sou economista'', justificou-se o executivo.
O presidente do Clube de Engenharia, Renato Almeida, criticou a elaboração do exame. Para ele, ''o engenheiro do BNDES precisa ser multidisciplinar, porque o banco atua em diversas áreas, desde rodovias a termelétricas e turismo. Há um vasto campo para formular questões com o objetivo de aferir o conhecimento, sem precisar fazer charadas para poder desqualificar os candidatos'', afirmou.
Segundo Almeida, que se considera um profissional ''multidisciplinar'' - por já ter trabalhado em campos de ação variados -, as questões aplicadas não refletem as necessidades de conhecimento de um profissional que vá trabalhar para o BNDES.

''Não sei nem o que é aquilo, é coisa de que nunca ouvi falar'', disse o presidente do Clube de Engenharia, sobre alguns dos temas abordados na prova.
Candidatos às vagas oferecidas pelo banco se queixaram do exame. ''É lamentável que nos inscrevamos em um concurso, sigamos o edital, gastemos dinheiro e tempo e sejamos surpreendidos por uma ''armadilha'' em que efetivamente se transformou a prova de domingo. O nível das questões estava longe das ''noções'' mencionadas no edita'', disse um candidato ao Jornal do Brasil.

Para o responsável pelo recrutamento de pessoal do BNDES, Nelson Sérgio Gordilho, a política de seleção do banco é voltada para profissionais com formação mais teórica, e por esse motivo houve ênfase em aspectos menos práticos da engenharia. ''Queremos gente com formação mais teórica. Sempre foi assim em nossos concursos, e continuamos a recrutar os melhores profissionais do mercado'', afirmou. De acordo com ele, por esse motivo é justificável a presença de ''autores clássicos de engenharia''

Segundo Gordilho, a prova foi elaborada por grupos técnicos de funcionários do próprio BNDES, e pretende encontrar profissionais capacitados para a análise e o acompanhamento de projetos da empresa, e não engenheiros civis. Para ele, as questões da prova ''estão completamente coerentes com o que foi sugerido na bibliografia, fazendo parte do programa aprovado''.


PMDB lança Cabral Filho no Rio
Cúpula regional do partido pede apoio a Garotinho no Laranjeiras, mas governador inclui a Presidência na negociação

O PMDB lançará oficialmente, no domingo, a candidatura o deputado estadual Sérgio Cabral Filho ao governo do Rio de Janeiro. Cabral Filho, que é presidente da Assembléia Legislativa e foi o deputado mais votado do Estado em 1998, com 320 mil votos, terá seu nome escolhido nas convenções zonais e municipais do fim de semana.
Ontem, a cúpula do PMDB fluminense reuniu-se com o governador Anthony Garotinho, em café-da-manhã no Palácio Laranjeiras. O presidente regional do partido, Wellington Moreira Franco, disse ao governador que conta com o PSB - partido de Garotinho - e as outras legendas que dão sustentação ao seu governo (PC do B, PV e PL) numa aliança de apoio a Cabral.

Natural - ''É natural que o candidato do governador saia do conjunto de forças que o apóiam. E, neste conjunto de forças, a candidatura que tem mais viabilidade é a de Sérgio Cabral'', afirmou Moreira. Garotinho disse que também considera natural o lançamento de Cabral, mas não adiantou sua posição.
O PSB tem quatro pré-candidatos ao governo estadual: Tito Ryff, Noel de Carvalho, Fernando Lopes e Paulo Baltazar. Apesar da pequena viabilidade eleitoral deles, o presidente regional do partido, deputado Alexandre Cardoso, quer a cabeça de chapa para o PSB. ''A menos que o PMDB nacional venha a apoiar a candidatura Garotinho, o PSB não abre mão do candidato próprio no Rio'', afirmou. ''A bola foi lançada. Podemos dizer que o jogo está começando'', resumiu Moreira. No ano passado, o PMDB lançou o nome de Cabral à prefeitura do Rio, mas ele desistiu da candidatura para apoiar o então prefeito Luiz Paulo Conde.

Abril - Garotinho confirmou que deixará o governo em abril de 2002, para disputar a Presidência da República. Segundo um assessor, o governador não descarta a hipótese de apoiar Cabral Filho, importante aliado na Assembléia Legislativa, pois acredita que a aproximação no Rio renderia dividendos no plano nacional.
Garotinho, que precisa de palanques fortes nos estados, pode condicionar o apoio a Cabral. Em troca, o PMDB se uniria ao PSB no Ceará e no Rio Grande do Norte. O candidato do PSB ao governo cearense, Wellington Landim, receberia o reforço do peemedebista Juracy Magalhães, prefeito de Fortaleza. Já no Rio Grande do Norte, é o peemedebista Henrique Alves quem precisa do apoio da prefeita de Natal, Wilma Faria, do PSB, para viabilizar sua candidatura ao governo.


Artigos

Esporte e escola
José Ricardo da Silva Ramos

Nunca, no Brasil, ministros, políticos, entidade esportivas e formadores de opinião falaram tanto sobre a volta do esporte às escolas.Esse debate só pode ser entendido depois do fracasso brasileiro nos Jogos Olímpicos de Sydney. O sinal mais questionado dessa situação foi a falta de medalha de ouro. E não é difícil deduzir que a superação desse fato está diretamente relacionada com a recuperação do esporte na escola.
O ministro Carlos Melles disse que o esporte ganhará sua ''lei de alforria'', como parte importante do currículo para as escolas públicas, no bojo a garantia da revalorização do professor de educação física: ''A profissão vai explodir. Com base nesse projeto (Esporte nas Escolas), ser á possível o retorno da educação física com toda força'' - prevê o ministro do Esporte e Turismo.

No mesmo contexto, o ministro da Cultura, Francisco Weffort, aprova a obrigatoriedade do esporte na escola, via educação física. Em artigo, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro lembra que houve uma época em que ''a escola era o maior celeiro de talentos esportivos do país''. O autor nos informa de que o ministro da Educação vai cobrar a obrigatoriedade da educação física escolar. Diante dessa resolução oficial, torna-se forte a pressão social e educacional junto aos professores de educação física na elaboração de projetos esportivos e na prática pedagógica voltada para a formação de atletas dentro das escolas.

A educação física e o esporte sempre mantiveram um relacionamento próximo. O Decreto Federal 69.450, de 1971, marcou as regulamentações esportivas indispensáveis para as escolas brasileiras. Tais regulamentações impuseram à educação física turmas diferenciadas por sexo, concentração de atividades em dias alternados e alunos selecionados por nível de aptidão física. Desde essa época, o esporte foi um foco central da política educacional, com ação direta caracterizada pelo esporte olímpico, comparando alunos com atletas, regras rígidas, competição, recordes, rendimentos e o sucesso como sinônimo de vitória, procurando excluir das aulas os maiores de 30 anos, os ''gordinhos'', os deficientes, as meninas e os menos habilidosos. Apesar dessa lei, as medalhas olímpicas não ocuparam em nosso país o centro do sucesso olímpico.

Incorporando esse tema, a TV aberta exibiu programa de grande audiência sobre a preocupação com a preparação de atletas dentro da escola, um dos princípios orientadores que deveriam ser vividos pela educação física escolar no Brasil, da forma como estruturada na China e em Cuba.
A materialização dessa estrutura nesses países é estabelecida dentro de políticas públicas que garantem o desenvolvimento social. No Brasil, essa visão é incipiente, porque a maioria da nossa população ainda vive buscando condições dignas de existência, como salário, alimentação, transporte e emprego. As grandes transformações no esporte brasileiro significam necessariamente que o Estado se preocupa em modificar o conteúdo dos interesses imediatos da maioria da população brasileira. Além disso, deve procurar o debate sobre esporte e educação física, com os professores de educação física distribuídos nas escolas, nos mestrados, nos doutorados e nas universidades públicas e particulares. Eles são os mais autorizados a definir políticas públicas, propostas pedagógicas e o diagnóstico mais apurado das condições do esporte brasileiro.

O esporte é um componente do corpo de conhecimento da educação física, como a dança, as lutas, os jogos, o folclore e outros temas da cultura corporal. Os rumos pedagógicos em relação a ele não devem estar ligados à transformação do Brasil em uma nação olímpica, mas sim permitir a todos os escolares a realização de atividades corporais e o conhecimento de um bem cultural construído pela humanidade ao longo do tempo. Um desses propósitos deve ser o da análise de como o esporte em nosso país vem sendo coisificado por empresários de crianças, por ''peneiras'' excludentes em todas as regiões do país, por jogadores que vestem camisas com frases de acordo com o governo, episódios lamentáveis em estádios de futebol e até a ilusão introjetada nas mentes infantis da ascensão social via esporte, como denunciou o jogador tetracampeão mundial Leonardo.

Nesse sentido, o papel desejado para um professor de educação física é o de um profissional com visão política, histórica e social, competente para intervir na estrutura que o cerca e formular caminhos pedagógicos articulados com todas as disciplinas escolares, e não apenas o de um treinador que seleciona atletas para jogos intra ou extra-escolares.

Concordamos com as reflexões do ministro Carlos Melles a respeito da eliminação da evasão escolar com a volta da educação física. E essa medida combaterá, principalmente, o abandono da escola pelos milhares de trabalhadores-alunos depois que a nova Lei de Diretrizes e Bases tornou a educação física facultativa no ensino noturno. Essa reflexão ainda pode ser contemplada nas palavras do ministro da Educação quando denunciou que a fragmentação escolar pode transformar a escola em um lugar ''chato''. Afinal, é possível que a escola se transforme em um lugar sisudo e sem sentido, quando não considera uma disciplina legitimamente pedagógica, que na sua essência se constitui, através da expressão corporal, uma linguagem.


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA – DORA KRAMER

Tasso, tucano para toda obra
Farto de certas ''malandragens'' antipartidárias, o governador do Ceará avisa, a quem interessar possa, que seguirá, em qualquer hipótese, o jogo que a maioria de seu partido, o PSDB, resolver jogar. Se for ele o candidato à Presidência da República, não hesitará em enfrentar Ciro Gomes no Brasil ou no Ceará - ''sempre dentro das regras cavalheirescas que nos caracterizam''. Caso o escolhido seja José Serra, Tasso não vacila um minuto antes de responder: ''Terá todo o meu apoio.''

O governador, obviamente só não pode garantir a Serra uma vitória no Ceará. Esta, só ele tem condições de disputar com Ciro. ''Lá não é o Serra que não ganha do Ciro, ninguém ganha'', analisa realista. Aliás, objetividade nessa questão sucessória é o que não anda faltando a Tasso Jereissati. Ontem, logo ao chegar a Brasília, ainda antes do almoço que teria com os governadores Roseana Sarney (MA) e Jarbas Vasconcelos (PE), foi logo dizendo que não contava com a simpatia dele a tese das prévias partidárias para escolher o candidato da aliança governista.

''Isso vai dar a maior confusão e, além de tudo, é uma operação dificílima de ser executada.'' Opinião, até mesmo, compartilhada por Jarbas Vasconcelos que, oficialmente, aparece no noticiário como não só o defensor, mas inventor das prévias. Ele também acha uma operação quase inexeqüível, mas não é hora de bater de frente com uma proposta tão cara ao PFL. Não é momento de os interlocutores brigarem.
Antes do almoço, a expectativa de Tasso Jereissati era exatamente esta: ''Uma conversa de desarmamento de espíritos, na qual começamos a organizar a formação da aliança partindo de um pressuposto fundamental: o de que nenhum de nós leva as respectivas candidaturas até o fim, a ferro e fogo, e todos estão dispostos a abrir mão em favor do que estiver mais bem posicionado.''

Aborrecido, Tasso fica quando se diz que a reunião de ontem visava a isolar o ministro da Saúde, José Serra. ''Isso é coisa de gente que quer atrapalhar, já que Serra participa de várias reuniões nas quais não estamos e ainda haverá outros tantos encontros com interlocutores diferentes. Não sei a quem interessa disseminar ambiente de briga, mas a nós não é, porque o que queremos é justamente preservar a unidade.''
O governador preferia que o debate sucessório não tivesse sido antecipado da maneira como foi. Mas, reconhece que agora não há como brigar com os fatos. Também por isso, acha que José Serra deveria logo assumir a candidatura, ''ou então parar de agir como candidato''. O que Tasso quer dizer é que o momento é de clarear o jogo para facilitar a solução.

Não descarta a possibilidade de entrarem mais postulantes, considera que a conversa de ontem era apenas um dos primeiros passos no sentido de articular a candidatura e não vê possibilidade de se estabelecer uma data para o anúncio oficial do candidato. Até porque, na opinião dele, o desenrolar dessas conversas pode resultar no surgimento natural de um nome de consenso.

Tasso Jereissati faz dele as palavras ditas, dias atrás, por Jarba s Vasconcelos, segundo as quais, se quiser ser bem-sucedida, a aliança precisa responder com nitidez a três perguntas: ''Porque estivemos juntos, porque queremos continuar juntos e qual o projeto de país que temos para executar juntos.''
''Se você incluir aí ainda o pré-requisito de que todos devem estar dispostos a abrir mão de seus projetos pessoais, então estará perfeita a definição a respeito do patamar em que se encontram as conversações'', conclui o governador do Ceará.

O interlocutor
Vantagem adicional que os parceiros da aliança governista apontaram na reunião de ontem, com a participação do governador Jarbas Vasconcelos, representando o PMDB.
Há quem veja nisso um upgrade na interlocução dos outros partidos com os pemedebistas.

Respeito é bom
O presidente da Câmara, Aécio Neves, aparece agora como o grande patrocinador da tentativa de revogação da bobagem perpetrada na semana passada pelo plenário da Casa, que aprovou a instituição do 13° salário para ex-parlamentares e a duplicação das pensões às mulheres dos falecidos até 1997.
Estaria o presidente da Câmara querendo dizer que ela não sabia da votação? Parece que sim, dado que tem alegado não ter presidido aquela sessão. De bom alvitre seria que o presidente do colegiado estivesse sempre bem informado sobre o que se passa à linha de seus olhos e ouvidos. Considerando o conteúdo do que estava sendo votado, então - tema que, pelas reações, põe em risco a imagem da instituição -, tal desconhecimento denota leniência no exercício do cargo.

Da mesma forma, alguns líderes partidários que assinaram o requerimento de votação a favor de seu exame pelo plenário, agora dão-se ao desfrute de manifestar indignação. Cumpre informar a Suas Excelências que o eleitor não é bobo. Muito menos, aliás, que alguns espertos cujo excesso de esperteza sabemos bem que destino reservam a seus donos.

Levando em conta que respeito é bom e todo mundo gosta, o melhor seria que, no lugar de fugir de suas responsabilidades, os arrependidos assumissem o erro, pedissem desculpas ao eleitorado e encontrassem logo uma maneira decente de resolver esse problema.


Editorial

Campanha na Rua

A sucessão presidencial começa a apresentar variáveis mais claras além da permanência da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva entre 30 e 35% das intenções de voto, seguida do revezamento dos demais candidatos em posições flutuantes mas sem lastro suficiente. A vantagem do PT para o primeiro turno não é suficiente num quadro apertado em que os demais competidores não cristalizaram posições.
O primeiro sintoma de que as condições começam obviamente a se alterar, à medida que o fim de ano se aproxima, se manifesta no PMDB, que vai provavelmente precisar concorrer com candidato próprio por necessidade de fortalecer acordos regionais.

É um caso semelhante ao PT, onde a candidatura de Lula tem a mesma função de centro de gravidade. O governo do qual o PMDB é parte integrante já se deu conta de que a hipótese da candidatura de Itamar Franco, ao contrário da aparência, é mais do que lance pessoal e, portanto, pode vir a ser do interesse da aliança e da própria eleição.

A dois meses e meio do final do ano, não interessa a nenhuma tendência que o primeiro turno se organize como uma opção excludente entre dois candidatos. O benefício para todos é que haja diversificação de candidaturas.
Nesse meio tempo já é possível perguntar quem comandará a aliança na sucessão. O PFL tirou proveito político da reforçada presença - nos programas de televisão - da governadora Roseana Sarney, cuja administração a credencia com razoável preferência nas pesquisas de opinião. É o maior trunfo do partido para a composição da chapa da Aliança. Falta apenas o encontro das águas e a definição da candidatura cuja hora se aproxima.

Com a possibilidade de autonomia do PMDB, por necessidade conjuntural, ficam como sócios da aliança o PSDB e o PFL, na condição de matrizes de candidatos. Por fora, com muita quilometragem pelo interior do país, a candidatura Ciro Gomes corre em faixa própria mas aberta a negociações decorrentes das circunstâncias que apenas começam a canalizar as definições.

Falta, portanto, o candidato da aliança PSDB, PFL e (se não tiver candidatura própria) do PMDB. Depois de dois anos em que os nomes se revezaram, o governador Tasso Jereissati se encaminhou para o centro da cena política, sem descartar que o seu nome muito antes já era lembrado por Mário Covas, quando governava São Paulo e defendia o nome do governador do Ceará, além de urgência na definição.

A candidatura do ministro José Serra explicitou-se mas era previsível, embora não assumida pessoalmente. A candidatura do deputado Aécio Neves tem como endereço o Palácio da Liberdade, para credenciar-se à disputa presidencial seguinte. Como ele próprio admite, Anthony Garotinho continua ser um ponto de interrogação mas tem como alternativa a reeleição. A candidatura do ministro Paulo Renato esfumou-se e, com a redução a dois pretendentes, a aliança pode considerar um privilégio dispor de dois nomes bem sucedidos na administração pública. Ambos são personalidades políticas em condições de propor programas e, se eleitos, qualquer deles poderá começar a agir no dia seguinte à posse.

Tasso Jereissati se apresentou com atraso, embora a tempo de injetar disputa na opção do PSDB, ao contrario de José Serra que está há mais tempo no trabalho preparatório. Tem como credencial o fato de ter se preparado a vida inteira para assumir o cargo a que se habilita, com currículo parlamentar invejável e excelente desempenho no Planejamento e na Saúde. Entre os candidatos é provavelmente o que tem o melhor projeto mais claro para o exercício da presidência. O governador é uma candidatura mais leve pela própria natureza pessoal, que o reveste de uma simpatia que faz as pessoas se sentirem no poder em companhia dele.
A dificuldade de Serra em relacionar-se com as bases do partido abriu espaço à entrada de Jereissati em cena. Problema diagnosticado, a solução é resolver no âmbito do partido, com lealdade e espírito político, qual dos dois é o mais conveniente para fazer uma campanha empolgante e vencer a disputa.

O episódio que travou a disposição de Tasso em participar do processo foi a eleição da presidência da Câmara, mas ficou para trás e não deixou marcas. Portanto, a hora é de definição e o mais importante é levar a campanha para a rua, pois a aliança está paralisada à espera de um fato sobrenatural que a libere.
Chegou o momento de liberar o debate maior, tendo em vista as questões nacionais e não aspectos pessoais. O candidato que for sagrado pela aliança passará a falar em nome de todos e no interesse geral, inclusive na correlação dos pleitos federal e estaduais no âmbito da aliança majoritária.

Mas para um país que já tem os dois pés na democracia, seria melhor - como sinal de evolução política - que ambos deixassem os cargos que ocupam na vida pública e viessem, revestidos de sentido ético, para edificar um marco histórico que será disputar a indicação como cabeça de chapa da aliança na sucessão presidencial. Daqui para o fim do ano, o PSDB teria o seu candidato sagrado por uma disputa franca, leal e aberta ao público.

As bases do PSDB em todo o país avalizariam a candidatura que represente a continuidade do programa social-democrático que elegeu a reelegeu Fernando Henrique, mas não se completou. Quanto mais cedo a opção, mais tempo haverá para percorrer o país, conhecer mais e ser melhor conhecido dos brasileiros.
O ideal seria a evolução política numa eleição primária ou na convenção, em benefício da legenda e dos candidatos. A política brasileira está à espera de um fato que dispare a decisão p olítica e acerte no alvo. A vez agora é do PSDB.


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10/17/2001


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