Paulo Bernardo admite apenas 'arredondar' para R$ 540,00 o salário mínimo



O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, foi enfático ao defender, nesta terça-feira (9), a aplicação para o novo salário mínimo da mesma política de reajuste dos últimos anos. O máximo de concessão que ele admitiu foi um aumento de R$ 1,85 sobre o previsto no projeto do Orçamento de 2011, de R$ 538,15, de modo a "arredondar" o valor para R$ 540,00. As centrais sindicais reivindicam um mínimo de R$ 580,00.

O ministro falou sobre o assunto após reunião com o relator-geral do projeto do orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), ao fim da manhã desta terça-feira (9). No encontro, eles trocaram informações sobre a proposta orçamentária, especialmente sobre como chegar aos números definitivos em relação a despesas que ficaram de fora da peça ou foram atendidas com dotações insuficientes.

A política de reajuste defendida pelo ministro prevê aumento com base na inflação do ano anterior ao de vigência do salário mínimo mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Como o PIB de 2009, foi negativo, o projeto do orçamento corrigiu o salário do ano que vem apenas pela inflação, elevando seu valor para R$ 538,15.

Consulta de Dilma

Na entrevista, Paulo Bernardo disse que conversou com a presidente eleita, Dilma Rousseff, sobre a definição do salário mínimo. Conforme o ministro, Dilma se mostrou sensível e chegou a indagar se não poderia ser feita exceção para se chegar a um reajuste sem levar em conta os critérios dos últimos anos. Com base em argumento técnico, ele disse ter respondido negativamente à pergunta da futura presidente e defendeu apenas o arredondamento para R$ 540,00.

- A partir daí, qualquer discussão será política, mas temos que respeitar o acordo atual. Esse ano ele pode não ser bom, mas, no ano que vem, será considerado um [crescimento do] PIB de 8% em 2010 - argumentou o ministro, concluindo em seguida que a decisão, no entanto, será do Congresso.

Segundo Paulo Bernardo, Dilma reconhece a necessidade de evitar o crescimento dos gastos públicos, não propriamente de cortes. Ao segurar as despesas no patamar atual, ela pretende daqui para frente gerar recursos para novos investimentos.



09/11/2010

Agência Senado


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