Paulo Davim critica criação de curso para validar diplomas de médicos formados em Cuba




O senador Paulo Davim (PV-RN) protestou da tribuna do Senado nesta quarta-feira (23) contra a criação de um curso preparatório para reforço dos médicos formados em medicina em Cuba, reprovados, em sua maioria, na prova de convalidação do diploma no Brasil, chamada Revalida 2010.

O parlamentar relatou que o fato motivou o Ministério da Educação (MEC), em conjunto com o Ministério da Saúde, a decidir ministrar um curso preparatório gratuito, medida que favorecerá 500 médicos brasileiros formados em Cuba. Em 2010, apenas dois dos 628 inscritos no Revalida foram aprovados.

- Invés de gastar dinheiro público para favorecer um pequeno grupo de estudantes por que não investir em educação básica de milhões de brasileiros? E na preparação dos estudantes para vestibulares no Brasil - sugeriu, chamando a medida de lógica descabida.

Na opinião do parlamentar, os recursos públicos devem beneficiar a educação básica e a maioria dos brasileiros.

Dos seis mil brasileiros que cursam medicina em países como Argentina, Bolívia, Cuba e Paraguai, Davim afirmou que cerca de 600 retornam ao país encontrando dificuldades para regularizar sua situação devido às falhas existentes no aprendizado e nas práticas médicas dos cursos no exterior.

- Há uma falsa ideia de que a medicina em Cuba é referência mundial, enquanto que no meio científico brasileiro sabe-se notoriamente que essa informação é falaciosa. É fato que as faculdades cubanas de medicina valorizam a medicina preventiva, sobretudo aquela que possa atender a população de baixa renda, mas deixam a desejar na medicina de média e alta complexidade - ponderou.

O Brasil, ao contrário, comparou, está em 2º lugar no ranking de países com mais faculdades de medicina, atrás somente da Índia. São 183 cursos contra 272 naquele país. O problema estaria, explicou, na maior competitividade dos vestibulares brasileiros em comparação com esses outros países, cujos processos seletivos são "bem menos competitivos".

- Mas a questão é: a que preço? Como fica a formação desse futuro médico, se a grade curricular for falha e deficiente? - indagou.



23/11/2011

Agência Senado


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